Mais um 1º de maio se aproxima. Costumamos passar despercebidos por essa data e geralmente só a vemos como mais um oportuno feriado. Mas qual o significado do trabalhar? Cada um de nós encara sua atividade profissional de várias maneiras, oscilando entre realização e frustração, prazer e dor. Muitos pesquisadores e autores falam sobre essa atividade humana e trago para vocês alguns desses pontos de vista. Mais, proponho uma reflexão nesse 1º de maio: como você encara seu dia a dia no trabalho e o que ele representa em sua vida?
O trabalho sofreu grandes modificações no decorrer dos séculos, mas continua sendo uma grande experiência de vida e de relações sociais
O que é trabalhar? “Trabalhar é gerir“, segundo o filósofo Yves Schwartz. Toda atividade, desde as mais simples às mais complexas, contém em seu centro a complexidade, e nós não percebemos isso. Atrás de um trabalho simples se esconde a sensibilidade dos gestos, das palavras, do cuidado, das tensões, das pressões internas e externas e das estratégias. É um saber fazer recheado de inteligência e subjetividade. Uma realidade também coletiva, onde deparamos com modelos contraditórios e aprendemos a arte de conviver.
Quando chegamos à empresa todo dia não nos damos conta de que faremos mais que cumprir procedimentos e atingir objetivos. Esse cotidiano contribui para construirmos e reafirmarmos nossa identidade
François Hubault apresenta o trabalho como dois processos de valorização:
- Valorização econômica: o sentido do trabalho para a empresa. Não podemos esquecer que é o trabalho que produz valor;
- Valorização dos indivíduos: o sentido do trabalho para aqueles que realizam.
Dentro desses processos, alguns conflitos costumam surgir, principalmente a delicada questão salarial. Muitas questões permeiam o universo do trabalho
Christopher Dejours fala, em seu livro “A loucura do Trabalho”, sobre os sofrimentos pelos quais os trabalhadores passam durante o processo produtivo e seus estudos apontam caminhos para dias mais felizes e saudáveis dentro das empresas. Outro pesquisador importante nessa área é Yves Clot e sua Clínica da Atividade, onde profissionais e pesquisadores trabalham ativamente nas questões complexas do universo do trabalho e suas patologias.
O trabalho tem sido meu objeto de estudo há muitos anos. O tema é instigante e inesgotável. Estudos esses realizados com o objetivo central de compreender o trabalho e buscar melhorias na atividade cotidiana dos trabalhadores que atendo. Por essa vivência, gostaria de prestar nesse 1º de maio uma homenagem a alguns autores com os quais aprendo a conhecer o universo do trabalho e posso proporcionar dias melhores aos trabalhadores: Hanna Arendt, Marx, Dejours, Alain Wisner, Bruno Maggi, Yves Schwartz, Yves Clot, Paulo Freire, Acácia Kuenzer, Julia Issy Abrahão, Daisy Cunha e Laerte Idal Snelwar .
Desejo a vocês leitores um ótimo 1º de maio! Muitas realizações e transformações positivas em seu universo de trabalho! O dia é muito mais que um simples feriado. O trabalho é muito mais que uma simples atividade. Sucesso!
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