Um exemplo
Você se lembra de alguma vez em que comprou (ou ganhou) um livro/CD/DVD de que não gostou? Qual foi a sua reação? Foi até o final, ouviu todas as músicas ou abandonou tudo pela metade? Que tal outro exemplo ainda mais simples: alguma vez matriculou-se em uma academia pagando juntamente as 3 primeiras mensalidades? Tentou ir durante os 3 meses mesmo sem vontade?
A Psicologia Econômica reconhece estas atitudes exemplificadas como falácias dos recursos investidos. Em resumo, são situações em que tendo investido algum tempo ou recurso financeiro, continuamos “insistindo” naquela atividade mesmo que, intimamente, ela vá contra nossa vontade. Vamos conversar sobre isso e envolver investimentos
Emoção na Bovespa
Voltando às ações da bolsa de valores, como andam suas decisões? Desfez-se das ações enquanto ainda estavam em patamares elevados, usando o famoso jargão “vender na alta”? Continua mantendo as ações em carteira com tranqüilidade ou está sofrendo os efeitos da queda? O que fazer neste último caso? Se você ainda pretende continuar operando na bolsa, tente imaginar (se possível!) que não tem nenhuma ação e só então pense no que faria neste atual cenário:
- Compraria acreditando que os preços estão baixos o suficiente?
- Continuaria aguardando um momento melhor para a compra?
- Adotaria uma estratégia de venda acreditando que os preços ainda podem cair mais?
Tente decidir sem que os fatos passados interfiram nas novas decisões e procure precaver-se nas próximas operações, estudando, por exemplo, mecanismos específicos como vendas automáticas (também conhecidos como STOP). Acredite, as decisões planejadas para que ocorram automaticamente poderão livrá-lo de perdas maiores quando estiver indeciso em relação a abandonar um investimento com prejuízo. Agir assim no mercado de ações
Quando estamos envolvidos pelo calor da emoção (esta sendo uma das frentes de pesquisa da Psicologia Econômica), normalmente tomamos decisões inadequadas – ou simplesmente deixamos de decidir. Portanto, procure sempre tomar decisões que possam maximizar seu bem-estar, além de abandonar aquelas que, inconscientemente ou não, esteja realizando (ou deixando de realizar) para livrar-se de algum equívoco do passado.
Sugiro que faça uma avaliação de suas últimas decisões financeiras e procure interpretá-las segundo o viés apresentado pelas reflexões deste artigo. Intencionalmente, provoquei muito mais que esclareci, a fim de que você possa refletir sobre seus atos e observar-se mais. Boa sorte e bons investimentos! Até a próxima.
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Marcelo Stefanelli Santos é leitor assíduo do Dinheirama, vencedor da promoção “Investimentos Inteligentes no Dinheirama”, e grande estudioso da Psicologia Econômica e seus efeitos no cotidiano financeiro dos brasileiros.
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