Sei que vou incomodar alguns, arrancar gargalhadas de outros, e sei também que muitos se identificarão com a lista absolutamente genuína que publico abaixo. Ela não reflete apenas opiniões deste que vos escreve, mas é inspirada em grande parte nos contatos do dia a dia, onde escuto as queixas e comentários mais críticos de executivos, empreendedores e outros profissionais.
O ano de 2010 acabou! O Ano Novo se aproxima. Espero:
1) Que não sejamos constantemente abordados por modinhas de gestão cuja importância se dilui na mesma intensidade com que são anunciadas;
2) Que as pessoas envolvidas com o mundo dos negócios abandonem o uso irresponsável e massacrante do gerúndio em suas comunicações – algo como “estamos fazendo, alinhando, providenciando” – usado sempre para criar a imagem de movimento e ação para algo que já se sabe totalmente paralisado ou engavetado;
3) Que as empresas abandonem a instabilidade como cultura permanente e passem a entendê-la como um problema a ser resolvido e não como uma solução ou qualidade sem nexo algum. E, em consequência, nunca mais serão escutadas em uma reunião
4) Que o desempenho cênico nunca mais vença o fato. Que ninguém se permita ser persuadido ou seduzido pela oratória ou capacidade de expressão de alguém, mas sim convencido pela clareza dos fatos apresentados e pela lógica dos argumentos;
5) Que o mundo empresarial abandone a ideia de que a política é lugar apenas para políticos profissionais, sindicalistas, ativistas ou agitadores desta ou daquela tendência, pois é justamente por essa falta de participação e engajamento que vivemos no Brasil absurdos como: a) Meses para se abrir uma empresa; b) Uma massacrante burocracia para se tirar qualquer ideia empreendedora do papel; c) Uma legislação trabalhista absolutamente antiquada e desestimulante para a geração de empregos formais; d) Uma brutal insegurança jurídica; e) A maior carga tributária do planeta, sem retorno em benefícios públicos. Não para por aqui, existem muitos outros, mas você já “pegou o espírito”;
6) Que tenhamos mais personalidade e altivez, longe do nacionalismo barato, mas abandonando de vez, ou sempre que possível, o hábito de usar outros idiomas para expressar ideias, conceitos ou o que quer que seja, estimulando com isso o neo-analfabetismo (dificuldade de expressão no idioma nativo, verificado em pessoa dotada de instrução). Tudo com bom senso; evidentemente, não vamos passar a chamar o “mouse” de rato;
7) Que as reuniões sejam objetivas e estruturadas, sem espaço para ações performáticas ou recitais de frases de efeito, deixando as artes cênicas para o momento apropriado;
8) Que chefes
9) Que tenhamos um pouco mais de autoconfiança, tratando com naturalidade as opiniões divergentes, as críticas ou embates de natureza profissional e fazendo com que essa atitude saia do discurso e entre para a vida real;
10) Que ninguém seja cobrado para ser politicamente-correto, mas estimulado a dizer a verdade, a ser honesto, mesmo que não agrade;
11) Que abandonemos as frases feitas e o lugar comum, por cultura e aprofundamento.
A lista poderia ser bem maior, é verdade. Também é verdade que o pouco que está aqui pode parecer bem utópico, mas é como dizem: “Tudo o que existe, nasceu antes em uma ideia”. Que assim seja. Espero. Feliz 2011!
Crédito da foto para freedigitalphotos.net.