Com o bom desempenho do Ibovespa nos últimos meses, os investidores têm voltado a olhar o mercado de ações. Ainda que janeiro e fevereiro não tenham sido bons para a bolsa, o principal índice do mercado de ações brasileiro já recuperou os prejuízos do ano e opera em campo positivo.
Acreditamos que os meses seguintes manterão a tendência de alta e que o ano fechará, na pior das hipóteses, recuperando as perdas de 15,50% de 2013. A mudança na trajetória do Ibovespa já era esperada pelos agentes do mercado. Investidores profissionais sabem que as baixas fazem parte do percurso, mas elas não duram para sempre.
Quem tem experiência em operar ações reconhece que as oportunidades para obter ganhos extraordinários se encontram justamente quando os preços das ações estão desvalorizados. A hora de comprar as ações de empresas com bons fundamentos é quando estão baratas. Quando estão caindo não é hora de vender.
Warren Buffett, em entrevista à revista Forbes, sintetizou muito bem isso ao revelar o seu segredo para ter se tornado um dos maiores investidores do mundo em renda variável: “Comprar ativos abaixo do seu valor justo, segurar as emoções e ter paciência”.
Porém, não são todos que conseguem manter a calma nos momentos em que os preços dos ativos caem. A grande questão é que quem se desfaz de ações de empresas promissoras quando a bolsa está em baixa deixa na mesa a chance de recuperar as perdas de curto prazo.
Quem investe em ações, seja diretamente ou através de fundos de investimento, deve compreender que este é um mercado volátil e que poder apresentar perdas no curto prazo. Os lucros, em geral, só aparecem no longo prazo, ou seja, é preciso deixar o dinheiro aplicado em ações por horizontes de cinco anos ou mais para conseguir alcançar resultados expressivos.
De todo modo, selecionar ações de boas empresas ou bons fundos de ações e diversificar seus investimentos reduz o risco de ter prejuízos. Fazer aplicações regulares também pode aumentar o potencial de ganhos de seus investimentos, porque as aplicações feitas em momentos diferentes têm retornos também diferentes e dificilmente haverá perdas em todos eles.
Além disso, não se preocupar com o momento exato para aplicar leva a comprar em muitos momentos de baixa, com maior potencial de valorização.
Numa simulação, utilizando a rentabilidade de um fundo de ações com aplicações regulares de R$ 1 mil por mês durante os últimos três anos (R$ 36 mil aplicados no total), o investidor teria no final do período um montante de aproximadamente R$ 47,5 mil, enquanto o Ibovespa acumulou uma queda de -15,25%.
Se o dinheiro fosse aplicado na poupança, teria no final R$ 41 mil, ou seja, uma diferença de R$ 6 mil do fundo de ações para a poupança (período de 12/05/2011 a 12/05/2014).
Quem deseja valorizar ainda mais o patrimônio e tem disciplina, além de fazer aplicações regulares, também pode fazer mais aportes nos momentos em que a bolsa está caindo e os ativos estão subprecificados.
O Ibovespa estava próximo dos 45 mil pontos em meados de março e quem investiu neste período está realizando bons ganhos, pois de março até meados de maio o Ibovespa valorizou quase 17%.
Entretanto, como já mencionei, acreditamos que a bolsa ainda deve subir, pelo menos, mais 15 pontos percentuais esse ano. Assim, ainda é um bom momento para aumentar as alocações em bolsa. Quem investir agora pode realizar bons ganhos em 12 meses.
Os menos familiarizados com investimentos em bolsa devem saber que aplicações em renda variável são as que têm a maior chance de valorizar o seu patrimônio. Recomendo que todos os investidores, mesmo os mais conservadores, possuam alguma alocação em ações, preferencialmente fundos de ações bem selecionados, representando, pelo menos, 10% da carteira. Porém, voltando ao que Buffett disse, “é preciso segurar as emoções e ter paciência”.
Se você tem dúvidas sobre como alocar seus investimentos para aproveitar a alta da bolsa, entre em contato comigo através do canal “Fale com a Sandra”, no site Orama.com.br.
Foto “Stock market”, Shutterstock.