Para tudo na vida existe o lado ruim e o lado bom.
O lado ruim não é segredo: são os próprios juros altos, que deixam a economia travada, afetando a capitalização de diversas áreas produtivas, além de diminuir a circulação de dinheiro
Juros altos: o consumo tem a hora certa.
Nem tudo são flores. É claro que muitos brasileiros se endividaram. Muitos por desconhecer que os juros também podem jogar a favor do consumidor, e que um pouquinho de paciência poderia representar uma grande economia. O fato é que com a nova direção do Banco do Brasil o mercado aguarda uma redução dos juros – ou mesmo uma nova visão estratégica do banco.
O governo se antecipou e já diz que não pretende realizar mudanças no comando da Caixa Econômica Federal, mas já ouvimos, há pouco tempo, discussões sobre a viabilidade de o governo ter dois bancos públicos. Minha opinião é que a unificação dos bancos criaria um gigante financeiro – e esta ação faria com que a nova instituição ganhasse em competitividade com os bancos privados, talvez forçando-os a mudar em algo.
Qual exemplo seguir?
O engraçado é que o Banco do Brasil é um banco público com ações em bolsa
Assim fica difícil de levar a coisa toda a sério, pois não é justamente profissionalismo e gestão coerente dentro dos negócios que cobramos no governo em todas as suas esferas? Qual é o modelo que deve seguir como exemplo: o público ou o privado? É inegável que o setor privado está anos luz à frente em eficiência e comprometimento com resultados. O resultado de tais declarações e as incertezas que pairam a partir de agora sobre a instituição fizeram despencar o preço das ações do BB.
Outras medidas para baixar os juros
Quando descobrimos falcatruas mil, que são noticiadas em toda a imprensa, a coisa mais difícil de ocorrer é a demissão ou exoneração do servidor público. Mandar embora alguém contratado pelo Estado parece ser impossível. Isso está certo? Enfim, temos outras questões para abordar e elas se interpolam com a necessidade de baixar os juros diretos ao consumidor. Queremos eficiência na máquina pública.
Ora, que os juros precisam baixar não existem dúvidas. Uma economia
O que ficou claro nesse episódio é que o Banco do Brasil foi utilizado como instrumento de política. E, pior, não existe a menor garantia de que se obterá o resultado desejado. Com “boas intenções”, a pouco tempo de uma eleição e usando a popularidade conquistada, o governo dá suas tacadas. Voltou-se a fazer política por política? Espero que não!
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Ricardo Pereira é educador financeiro e palestrante credenciado pelo Instituto DiSOP, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.
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