Segundo o Copom, a decisão unânime “dá prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado em abril de 2013”. A única alteração no comunicado foi a retirada da expressão “neste momento” utilizada na reunião passada.
Com isso, a Selic volta ao mesmo patamar em que estava quando Dilma Rousseff assumiu o governo, quando a taxa de dezembro de 2010 era de 10,75%.
No primeiro mês dela (janeiro de 2011), a Selic subiu para 11,25% e foi sendo elevada, até bater em 12,50%, em julho de 2011. Depois, passou a cair continuamente, até a mínima de 7,25%, mantida de outubro de 2012 a março de 2013.
A partir de abril de 2013, os membros do Copom passaram a subir a taxa de juros, e foi assim nas oito reuniões que aconteceram desde então. Em abril de 2013, a alta foi de 0,25 em ponto percentual; nas seis reuniões seguintes, acelerou para 0,5 ponto percentual. Agora, o BC volta a reduzir o ritmo da alta para 0,25 ponto.
Rendimento da Poupança
A poupança continua rendendo com seu potencial máximo. Uma nova regra de 2012 estabelece que ela renda menos quando a Selic estiver igual ou inferior a 8,5% ao ano. Nesse caso, a caderneta daria 70% da Selic mais a TR. Como está acima disso, o rendimento é o tradicional: 6,17% ao ano mais a TR.
Taxa de juros é ferramenta para tentar combater inflação
A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação, ou estimular a economia. Analistas já esperavam uma alta da taxa de juros para combater a alta de preços, que tem preocupado o governo. A inflação oficial subiu 0,55% em janeiro.
Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair, controlando a inflação, em tese. Por outro lado, juros altos seguram a economia e fazem o PIB (Produto Interno Bruto) ficar baixo.
Se os juros estão elevados, as empresas investem menos, porque fica caro tomar empréstimos para produção, e as pessoas também reduzem seus gastos, porque o crediário fica mais alto. Essa situação deixa a economia com menos força. O lado bom é que investimentos baseados em juros são beneficiados e rendem mais para o aplicador.
Por outro lado, com juros mais baixos, há mais consumo e mais risco de inflação, porque as pessoas compram mais e nem sempre a indústria consegue produzir o suficiente. Quando há falta de produtos, a tendência é que eles fiquem mais caros.
A taxa básica de juros orienta o restante da economia, mas há pouco impacto na vida prática de quem precisa usar o cheque especial ou cartão de crédito. Analistas dizem que essas taxas são tão altas que pequenas variações na Selic são incapazes de aliviar ou pesar no bolso no dia a dia.
Fonte: UOL Economia. Foto Shutterstock: abstract skyline and Brazil flag illustration