O Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, teve alta recorde em agosto de 9,78%, o melhor mês para a bolsa neste ano. Uma valorização como esta atrai a atenção dos investidores e isso é perigoso.
Para investir em ações, seja comprando diretamente ou através de fundos de investimento, é preciso conhecer os riscos envolvidos e aceitar as variações negativas de curto prazo. Neste post vou comentar os cuidados que devem ter os investidores que decidem aplicar no mercado acionário depois de uma forte valorização.
Por que a bolsa subiu em agosto?
A alta do Ibovespa em agosto foi a maior depois de janeiro de 2012, quando subiu 11,13%. A bolsa acumula valorização, até o final de agosto, de 18,99% no ano e 22,5% em 12 meses. A maior alta do índice em 2014 é explicada, sobretudo, pelo desempenho de ações de empresas estatais, como a Petrobras, que subiu mais de 20% no mês, e do setor financeiro. O mercado reagiu bem às mudanças no cenário eleitoral.
Além de responder ao novo panorama sobre as eleições, a bolsa de valores brasileira também acompanhou o cenário global favorável para aplicações de maior risco. Nos Estados Unidos, os índices S&P500 e Dow Jones bateram recordes de pontuação históricos durante o mês passado.
Por que tomar cuidado com os mercados de risco?
Realização de lucros
A realização de lucros costuma ocorrer após fortes altas e causar variação negativa de curto prazo. Consiste na venda de papéis por investidores que já lucraram o suficiente com suas posições. Com esta venda, o investidor coloca os lucros no bolso.
Esta também é uma forma de proteger os ganhos alcançados. Geralmente, investidores e gestores de carteira profissionais, no momento da compra de uma ação, definem uma determinada rentabilidade como meta e quando esta é atingida realizam o lucro se desfazendo da posição, até como forma de proteger o patrimônio, pois a perspectiva de retorno futuro não compensa o risco de permanecer com as ações.
Depois de fortes altas e a meta de rentabilidade de muitos investidores ser atingida, muitos papéis são ofertados no mercado ao mesmo tempo, desvalorizando as ações e causando a queda do Ibovespa.
Volatilidade
A cada dia que passa, as eleições estão mais próximas e o cenário eleitoral mais definido. Deste modo, a volatilidade dos mercados diminui e, com ela, diminui também a possibilidade de investidores se beneficiarem das distorções nos preços dos ativos. A volatilidade mais baixa diminui o risco de perdas, mas também o de obter grandes lucros.
O que fazer para se proteger?
Seleção de investimentos é mais importante que longo prazo
Apesar da forte valorização no período mais recente, nos últimos 36 meses a rentabilidade acumulada do Ibovespa é de apenas 7,41%, contra 30% do CDI. Diante do resultado ruim do índice em prazos mais longos, verifica-se que, para conseguir boas rentabilidades, não basta investir e esperar o resultado chegar no longo prazo, mas é preciso selecionar bem os investimentos.
Bons fundos são exemplos disso. Com boa seleção de ações e equipe profissional para gerir suas carteiras, há produtos que renderam mais de 65% em 36 meses, como o Órama JGP Equity.
Números como este mostram que, mesmo investindo com objetivos de longo prazo, é importante selecionar bons ativos e produtos para potencializar suas chances de alcançar um bom retorno para os seus investimentos.
Depósitos regulares podem ser mantidos
Os investidores que fazem aportes regulares podem manter as aplicações programadas sem se preocupar com altas ou baixas de curto prazo do mercado.
Com isso, como as aplicações são realizadas em momentos diferentes, o investidor diversifica os seus aportes entrando em alguns momentos de valorização e outros de desvalorização do mercado, o que, no médio e longo prazo, adiciona rentabilidade à carteira de investimentos, pois você chega a uma média do preço de compra do ativo – nem muito caro, nem muito barato.
Aporte inicial deve ser dividido
Quem não faz aportes regulares, mas pretende aplicar um volume significativo de recursos em bolsa ou fundos de ações neste momento, deve dividir o valor total a ser aplicado em três ou mais aportes menores, com intervalo de cerca de um mês entre eles.
Assim, o investidor diversifica os momentos de entrada e corre menos risco de passar por um momento acentuado de baixa e ter prejuízos com grande parte dos recursos.
Cuidado com as emoções
Investimentos em renda variável – bolsa, câmbio, commodities – estão sujeitos a variações negativas. Ao fazer aportes nestes ativos ou em fundos que aplicam neles, o investidor deve entender este risco.
Entretanto, ao escolher bons produtos, é possível obter excelentes resultados no longo prazo, cinco anos ou mais. Depois da decisão tomada, o investidor deve manter o plano e controlar as emoções para não resgatar em momentos de baixa.
O maior erro que se pode cometer é sair dos investimentos em momentos de fortes quedas – e, infelizmente, isso é muito comum. Ao fazer isso, as chances de recuperação e realização de lucros são anuladas.
No ano passado, quando a bolsa caiu e os investimentos em ações estavam no vermelho, alguns clientes fizeram resgates apesar da minha recomendação para manter. Hoje, com a bolsa subindo 22,5% em 12 meses, muitos deles se arrependem das suas decisões.
Prever o melhor momento para entrar e sair de um investimento é muito difícil. Por isso a melhor prática é aplicar e manter, pois mesmo que em um período você perca, mais para frente esta perda será recuperada e no longo prazo, aplicando em um bom produto, você alcançará uma boa rentabilidade. Confira um estudo que exemplifica isso abaixo:
Conclusão
Depois de fortes altas, é preciso ter cuidado ao investir em renda variável. A realização de lucro faz com que os preços dos ativos caiam, afetando as carteiras dos investidores. Diante disso é preciso escolher bons produtos para investir e dar o tempo que precisam para gerar altos retornos.
Variações negativas de curto prazo são intrínsecas ao mercado de renda variável. É preciso aceitar este fato e, quando isso acontecer, ter disciplina para manter as aplicações.
Para os investidores que estão em busca de produtos que investem em ações, mas com menos risco do que padrão do mercado acionário, sugiro o fundo Órama JGP Equity. Este fundo, que possui uma estratégia de gestão diferenciada, acumula altas de 38,57% e 69,84% em 24 e 36 meses, respectivamente.
Caso tenha dúvidas sobre qual o melhor investimento para você diante do cenário atual, entre em contato comigo através do canal “Fale com a Sandra”, no site da Órama. Obrigada e bons investimentos!
Nota: Esta coluna é mantida pela Órama, que contribui para que os leitores do Dinheirama possam ter acesso a conteúdo gratuito de qualidade.
Foto “Stock Trader”, Shutterstock.