Nessa semana que corre, o Ibovespa parece querer ultrapassar a barreira de 80.000 pontos, formando novo recorde histórico. E partir para buscar níveis ainda mais elevados. Porém, muito cuidado! Existem algumas apostas em curso que podem alterar esse comportamento positivo.
Os agentes do mercado estão apostando, por exemplo, no placar de 3×0 desfavorável ao presidente Lula no julgamento que ocorre no próximo dia 24 de janeiro. Isso impediria o ex-presidente de voltar a se candidatar por ter sido condenado em segunda instância virando “ficha suja”. Não esqueçam que o STF ameaça rediscutir o tema de o condenado em segunda instância poder ser preso.
Ressaltamos ainda que o plenário do STF anda bem dividido. Condenado e não necessariamente preso (ou imediatamente preso), as argumentações e questionamentos passariam a ser sobre o tamanho da pena e/ou prisão do condenado. Mas não mais sobre sua candidatura nas próximas eleições. Isso deixaria o processo eleitoral mais limpo e menos polarizado. Essa é a aposta.
Agora vai? Minirreforma da Previdência?
Outra aposta está em que o governo conseguirá cacife suficiente para aprovar uma minirreforma da Previdência, mero sinalizador das intenções de manter a economia nos eixos, mas sem efeitos práticos de curto e médio prazo.
A outra discussão fica por conta de infringir a regra de ouro. Para 2018 essa hipótese parece remota, já que o BNDES deve devolver ao Tesouro os tais R$ 130 bilhões e com isso equilibraria as contas e o déficit previsto para o ano, estimado em R$ 159 bilhões.
2019, situação complicada para o Brasil
Para 2019 a situação está muito complicada e esse foi o olhar da S&P para rebaixar a nota de crédito do Brasil para BB-, além das incertezas políticas da próxima eleição. Foi essa a posição de outra das três maiores agências de rating do mundo (Moody’s) ao endossar a posição da S&P de rebaixamento, deixando claro que pode vir a fazer o mesmo.
No nosso entender, com três degraus abaixo do grau de investimento, a volta ao patamar poderia demorar cerca de cinco anos. Muito tempo para um país que precisa retomar investimentos de vulto e acelerar o passo nas privatizações.
Recuperação econômica Global
Colocados esses riscos domésticos como apostas, já que não dá para estimar o que acontecerá. Porém, o pano de fundo das altas de todos os principais mercados no mundo está na recuperação econômica global e consequente melhoria da produtividade e lucratividade de empresas, alterando preços relativos das ações.
O mercado americano não cansa de bater sucessivos recordes históricos, o mesmo acontecendo com a bolsa de Mumbai (Índia) e Hong Kong. Bolsas europeias em recordes e Tóquio no maior patamar em vinte e seis anos.
No Brasil, estamos em zona de recorde e fluxo crescente de recursos sendo canalizado para investimentos de risco. Basta ver que em onze dias do mês de janeiro os estrangeiros já alocaram na B3 R$ 3,3 bilhões, quando em todo o ano de 2017 aplicaram liquidamente R$ 13,4 bilhões.
Rali de alta no mundo
Claro que assusta o rali de alta dos diferentes mercados acionários do mundo, com discussões técnicas presentes de até onde irá e que fatores poderiam mudar a tendência. Ocorre que no caso específico do Brasil, dependendo da confirmação daquelas apostas, haveria muito espaço para altas, já que os investidores ainda estão razoavelmente vazios de ações e não há tantos IPOs vindo ao mercado.
Em 2017, as emissões de ações atingiram R$ 40,1 bilhões de um total de operações de R$ 199 bilhões. Ainda existiria certo descompasso até que oferta e demanda por ações voltasse a equilibrar.
Dito isso, cabe lembrar que estamos lidando com os mercados de risco e a prudência manda pesquisar bem. Antes de investir selecione as opções e dimensione sua propensão ao risco. Nesses aspectos podemos ajudar na formatação de sua carteira de investimentos. Entre no nosso site ou fale diretamente com um de nossos profissionais.