Nos últimos meses o assunto Bolsa de Valores voltou a aparecer em muitas manchetes de jornais, capas de revistas e sites.
Não é por menos. O ano de 2016 foi um grande ano para a Bolsa de Valores. Algumas ações de empresas relevantes para o Índice Bovespa, tiveram rentabilidades bastante expressivas:
- Itaú (ITUB4): cerca de 50% de valorização;
- Petrobrás (PETR4): cerca de 280% de valorização;
- Vale (VALE5): cerca de 230% de valorização.
Outras com volumes menores de negociação conseguiram feitos realmente espetaculares, como o caso de Magazine Luiza (MGLU3), que alcançou cerca de 520% de valorização em 2016.
Claro que também houve casos de menor valorização, e até de perdas. No entanto, bastam os três exemplos mais acima, de ações consideradas “blue chips”, para entendermos o motivo do tema “bolsa de valores” ter estampado o noticiário.
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As diferentes estratégias na bolsa, e o gerenciamento de riscos
Para a pessoa que não tem experiência no ambiente da bolsa de valores, mas deseja começar a investir, uma primeira informação importante é entender que há muitas formas de lucrar na bolsa.
Podemos fazer uma simples operação de compra de uma ação, esperando que ela se valorize com o passar do tempo; até fazer rápidas operações diárias especulativas e de alto risco, envolvendo derivativos.
Uma coisa é certa: seja lá qual for o modo como irá estrear como investidor na bolsa, quanto mais riscos você estiver disposto a correr, mas chances de retorno você terá. No entanto, gerenciar riscos é algo importantíssimo em qualquer investimento.
Se lucrar é o que todos queremos, jamais podemos perder de vista um conceito anterior, que é a preservação do capital adquirido. Ao entrar num investimento de risco, entenda que haverá a possibilidade de você perder todo o capital investido.
Assim, é prudente você arriscar apenas uma parcela do seu patrimônio, que deve ser tanto menor quando for a sua experiência. Com o passar do tempo, se você se transformar num profissional do mercado de renda variável (como os traders, por exemplo), aí você terá condições de arriscar mais.
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Controle emocional e o mercado de renda variável
Talvez algum amigo seu já tenha falado para você que a bolsa é como um cassino, ou algo do tipo, meio que “demonizando” a coisa de forma generalizada.
Por outro lado, você também já deve ter ouvido de outros, que eles conseguiram aumentar de forma expressiva os seus patrimônios através de investimentos na bolsa.
Ambos estão certos em seu ponto de vista, e o que diferencia as visões é o preparo de cada um, principalmente na área psicológica (controle emocional).
Sim, realizar operações na bolsa de valores requer (muito) controle emocional. Há quem diga que esse controle é responsável por mais de 50% das chances de sucesso do investidor.
Em termos simplistas (pois isso é tema que renderia um livro), a questão está na dificuldade de aceitação das perdas. Se há uma coisa difícil, esta é você medir a intensidade da dor, de forma generalizada.
A mim, por exemplo, perder R$ 20 mil reais é algo que dói, mas sobrevivo. Para outros, pode ser algo insignificante, e para outros, ainda, motivo de depressão. O fato é que ninguém gosta de perder dinheiro.
Parece haver um consenso em relação a isso aqui: se compararmos a alegria de um lucro com a dor de uma perda, estaremos numa relação de 1 para 5.
Em outras palavras, se você ganha R$ 20 mil, ficará num grau 1 de alegria; mas se perder R$ 20 mil, ficará num grau 5 de tristeza. Essa discrepância causa uma verdadeira aversão às perdas, e pode travar o investidor, impedindo-o de seguir adiante em seus investimentos (operações) na bolsa.
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Definindo o limite de perdas
Por isso os profissionais desta área repetem tanto a questão da importância de se definir o valor máximo desejado para a perda em uma operação de compra e venda de ativos (ou derivativos). Isso, no jargão do mercado, é o famoso conceito de “stop” de perdas.
Muitos iniciantes no ambiente da bolsa ignoram completamente esse conceito do “stop”, e entram em operações sem qualquer tipo de “freio”.
Com isso, numa queda (às vezes brusca) no preço da ação que foi comprada, se houver necessidade de venda no curto prazo, haverá um prejuízo inevitável, e talvez superior àquele que a pessoa seria capaz de suportar sem perder o equilíbrio emocional.
Até para investidores de médio e longo prazo, é importante avaliar o uso do conceito de limitação de perdas.
O FGTS, as ações e a falta de acompanhamento
Muita gente que comprou ações da Petrobrás, quando houve aquele incentivo por parte do governo para utilizarem o FGTS para tais compras, simplesmente “esqueceram” das ações depois da compra.
Algumas delas se assustaram, quando no ápice desta última crise, somados aos problemas de corrupção que assolaram aquela empresa, suas ações foram ao preço aproximado de R$ 4,00.
No momento em que escrevo, o preço da ação está em torno dos R$ 16,00. Para quem comprou lá atrás, em meados de 2010, pagou algo próximo de R$ 30,00. Ainda que 16 seja melhor que 4, ainda está longe dos 30 pagos…
Quem compra ações precisa ficar de olho. Aliás, precisamos ficar de olho em qualquer investimento que fazemos. Até os juros da renda fixa sobem e descem, e precisamos acompanhar seu movimento para realizar ajustes, se necessários, em nossas aplicações financeiras.
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Conclusão
Uma das certezas que temos no ambiente da bolsa de valores, é que em algum momento iremos perder dinheiro.
No entanto, isso está muito longe de ser um motivo para você se afastar desse mercado. Ao contrário; com estudo, dedicação, técnica e muito controle emocional, você conseguirá manter um equilíbrio positivo, realizando um bom gerenciamento de riscos.
Em termos práticos, você irá ganhar mais, e perder menos, mantendo rentabilidades médias acima da renda fixa. A escolha é sua, e a responsabilidade pelos resultados também. Um grande abraço e até a próxima!