Renato, fico muito satisfeito quando percebo que muitos de nossos leitores estão atentos e de olho nas alternativas de investimento
O valor de 2008 também já é maior que o antigo recorde – de R$ 56,2 bilhões – ocorrido em 2005. Quer mais números? Segundo dados do Banco Central, março deste ano foi responsável por R$ 19 bilhões de captação. Abril contabiliza mais de R$ 22 bilhões e o mês ainda nem acabou. Investidores de todos os “cacifes” estão atrás de rentabilidades que vão de 105% a 112% do CDI, o que representa rentabilidade anual de 12% a 13% (antes do imposto).
Por que a oferta dos CDBs está tão interessante?
A alta dos juros (Selic) e a dificuldade dos bancos em captar dinheiro barato no exterior (reflexos da crise do Subprime iniciada nos Estados Unidos) são dois dos principais fatores para as rentabilidades mais altas encontradas nestes produtos. Existem ainda alguns aspectos técnicos mais complexos, impostos pelo governo, como o acordo Basiléia II, que elevam o capital necessário para operação dos bancos.
Assim, diante de bancos precisando captar, a forte concorrência oferece boas alternativas, com retornos mais altos também nos grandes bancos. Recente reportagem do jornal Valor Econômico alerta para as boas opções nos bancos nacionais, cujas rentabilidades chegam próximas de 100% do CDI com valores de até R$ 10 mil. Antes, tais produtos ofereciam no máximo de 85% a 90% do CDI.
Para retornos maiores (mais de 100% do CDI), as opções são os investimentos de altas somas (casa dos milhões), as aplicações com carência – onde o dinheiro
Existem efeitos colaterais? Que cuidados devemos tomar?
A preocupação do investidor deve voltar-se para as alíquotas de Imposto de Renda e para a inflação, de modo a sempre garantir retorno real ao longo do tempo. Além disso, parece que a alta na captação e nos retornos dos CDBs terão validade curta. Parece.
Alguns especialistas afirmarm que, caso a economia internacional se recupere de forma consistente no segundo semestre, novas operações agressivas de captação internacional, especialmente dos grandes bancos, voltarão a acontecer, diminuindo os retornos dos títulos emitidos por aqui. Aliás, não se assuste se o seu banco não oferecer CDB com taxas tão interessantes. O jornal Valor alerta que:
“Com o custo do dinheiro mais alto, muitas instituições estão optando por deixar de captar. É o caso de alguns bancos que lançaram ações no ano passado. Uma parte desse dinheiro, evidentemente, já foi utilizada, mas muitos também vinham captando o suficiente para se manter”
Validade curta? Será?
A explosão do crédito ocorrida no Brasil nos últimos anos traz aos bancos o enorme desafio de aumentar seu capital. Para emprestar, é preciso antes captar. Dessa forma, a emissão de títulos (CDB) passa a cumprir essencial função, trazendo ao banco dinheiro dentro de suas divisas. Sob essa ótica, sempre observando a expectativa de alta nos juros e crendo no ritmo acelerado de consumo e crédito, pode ser possível observar o CDB como boa opção durante todo o ano.
A lição importante é: corra atrás de boas alternativas de investimento
Crédito da foto para Marcio Eugenio.