Como usar o cartão de crédito de forma consciente e sem pagar juros

Um dos meios de pagamento mais comuns entre os brasileiros, o cartão de crédito não é, por si só, um vilão do orçamento. Indispensável para a vida da maioria das famílias, esse meio de pagamento pode ser um grande aliado caso seja bem utilizado. Mas, quem não sabe usá-lo pode prejudicar sua vida financeira, ao se afogar em dívidas e estourar seu limite.

Segundo dados do Banco Central, o juro médio total cobrado no cartão de crédito subiu 3,6 pontos porcentuais de junho para julho. Com a alta na margem, a taxa passou de 87,3% ao ano para 90,9%. O juro do rotativo é a taxa mais elevada desse segmento e também a mais alta entre todas avaliadas pelo BC, batendo até mesmo a do cheque especial. Atingiu a marca de 395,3% ao ano!

Diante dessa exorbitante taxa de juros, o principal erro em relação ao cartão é pagar a parcela mínima. É importante se planejar para efetuar o pagamento do valor total da fatura para evitar que a cobrança de juros se acumule e acabe virando uma bola de neve.

Portanto, se as contas saíram do controle e está difícil pagar o valor integral, negocie o quanto antes. Ao conversar com o credor exponha sua situação financeira e o quanto pode pagar. Além disso, reflita se a nova mensalidade cabe no seu bolso. Não adianta fazer um acordo, pagar uma ou duas parcelas, e depois voltar a ser inadimplente.

De acordo com José Carlos Polidoro, professor do curso de Administração da Anhembi Morumbi, outro ponto que merece atenção são as tarifas que as administradoras estão cobrando para o fornecimento e manutenção de cartões de crédito.

“Às vezes, a tarifa cobrada se torna cara quando o valor das compras mensais (ou limite de crédito) é pequeno para absorvê-la. Tente negociar sua tarifa com a administradora antes de começar a usar seu cartão de crédito. Não caia na tentação de possuir vários cartões, pois as tarifas pesarão ainda mais”, alerta José Carlos.

Por esse motivo, a recomendação de especialistas é de não ter mais de dois cartões por bandeiras. Além disso, concentrar os gastos em um único cartão só traz vantagens como isenção de anuidade, pontuação de programas fidelidade/milhagem e facilidade no controle dos gastos.

Caso opte por ter mais de um cartão, olhe com atenção a soma dos limites. O ideal é que todos os limites somados não ultrapassem 50% da renda líquida mensal.

Leitura recomendada: 3 Coisas sobre cartão de crédito que você precisa saber

Confira outras dicas de uso “inteligente” do cartão de crédito:

  • Estabeleça conscientemente seu limite de crédito. “Seja rigoroso neste sentido e não caia na tentação de aceitar limites aprovados sem a devida análise. Pode ser uma armadilha para você ter sua dívida triplicada num espaço curto de tempo”, afirma Polidoro;
  • Controle muito bem os parcelamentos feitos no cartão. A soma do valor da parcela de cada compra efetuada já poderá estar próxima do seu limite conscientemente estabelecido, podendo inclusive comprometer sua renda mensal;
  • Cuidado com sua senha e com as compras eletrônicas. A vantagem de segurança que o cartão de crédito representa para você não precisar andar com “dinheiro vivo” na carteira, poderá se transformar num enorme pesadelo;
  • Escolha a data de vencimento perto do seu salário para não correr o risco de gastar o dinheiro da fatura com outra coisa. Além disso, descubra qual a melhor data para compra, já que ela possibilita o maior prazo para pagamento.
  • Aproveite a vantagem de a fatura do cartão ser um excelente extrato, com informações detalhadas. Ao agrupar essas informações em categorias de gastos como alimentação, vestuário, lazer, etc. é possível acompanhar seus gastos, avaliar prioridades e possíveis reduções no mês a mês.

Leitura recomendada: Armadilhas do cartão de crédito que você deve evitar

O Conrado Navarro, idealizador do Dinheirama, gravou uma vídeo bem objetivo sobre o cartão de crédito, suas armadilhas, vantagens e desvantagens, assista:

Cartão de crédito é uma ferramenta, um meio de pagamento, e por isso requer que os cuidados associados às compras estejam associados aos limites do orçamento, não ao limite de crédito.

Foto “Credit card hook”, Shutterstock

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