O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (31) manter, mais uma vez, a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano.
Apesar de a decisão ter sido esperada pelo mercado, chamou a atenção dos economistas o trecho do comunicado em que os diretores da instituição detalharam as condições necessárias para que os juros comecem a cair.
A redução da Selic dependerá da velocidade de recuo da inflação nos próximos meses –inclusive da persistência dos efeitos do choque nos preços dos alimentos– e da aprovação das medidas de ajuste fiscal, segundo o documento.
Para o Banco Central, esses fatores podem dar mais confiança de que a meta de inflação de 4,5% em 2017 será atingida e, assim, abrir espaço para a flexibilização da política monetária.
O Palácio do Planalto considera o cenário de a proposta do teto de gastos só ser aprovada pelo Congresso Nacional no próximo ano, por causa das eleições municipais de outubro.
Com a confirmação de sua permanência no cargo, que ocorreu também nesta quarta-feira, Michel Temer tentará acelerar a tramitação da proposta no Legislativo.
Segundo a avaliação da equipe, isso pode melhorar a expectativa do mercado em relação à economia e contribuir para uma queda na inflação.
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Governo irá corrigir tabela de IR em 5%
O governo vai corrigir a tabela de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) em 5%.
O reajuste será concedido de forma linear entre todas as faixas de rendimento. A correção é inferior à projeção do governo para a inflação deste ano, de 7,2%, mas um pouco maior do que a expectativa para a inflação – medida pelo IPCA – para 2017, de 4,8%.
O salário mínimo deve ficar em R$ 945,80 no ano que vem. As estimativas integram o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) apresentado pelo governo nesta quarta-feira, 31, primeiro dia da gestão efetivada de Michel Temer na Presidência e último dia do prazo para apresentação da proposta orçamentária para 2017.
O reajuste da tabela do IR é um aceno do governo para a classe média. A equipe econômica era contra a proposta, que deve reduzir ainda mais as receitas em um ano em que o déficit deve atingir R$ 139 bilhões.
O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, admitiu que a correção da tabela do Imposto de Renda vai reduzir a arrecadação prevista para o ano que vem, mas afirmou que isso já está incluído nos cálculos feitos para o Orçamento.
PIB do Brasil: Pior resultado comparado com 34 países
A retração de 3,8% no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre (na comparação com o mesmo período do ano passado) pôs o Brasil mais uma vez na lanterna do ranking de 34 países, que já tiveram os dados oficiais para o período divulgados.
Eles representam 82% do PIB mundial. No primeiro trimestre o Brasil já havia amargado o pior desempenho para o período na comparação internacional.
Novamente o desempenho do País foi superado por economias que passaram por crises recentemente, como a Grécia (-0,1%), além de Ucrânia (1,3%) e Rússia (-0,6%), que enfrentaram guerras.
A agência de classificação de risco Austin Rating, que elabora a análise, ressalva que outras economias que apresentaram resultados muito ruins nas edições anteriores do ranking, como a Venezuela, até o momento não divulgaram seus resultados.
Mercado financeiro
O impeachment da Presidente Dilma Rousseff trouxe o final de um dos capítulos mais tristes da história do país, que ficou paralisado durante mais de um ano, em meio ao agravamento político e econômico.
Espera-se agora que o (novo) governo consiga impor um novo ritmo ao país, com as reformas necessárias, cortes de gastos e principalmente um novo olhar sobre a gestão pública.
O Ibovespa, principal benchmark da Bolsa de Valores de São Paulo, operava às 11:51 em baixa de -0,23% com 57.768 pontos, enquanto o dólar tinha valorização de +0,85%, sendo negociado por R$ 3,25.