O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) reduziu a taxa de juros Selic, a taxa básica da economia do Brasil, para 2% o menor patamar da história.
A redução não foi surpresa, boa parte dos economistas do mercado financeiro já contavam com a redução.
Durante a pandemia do coronavírus, a atividade econômica despencou no Brasil, assim como a inflação, portanto todas as indicações eram de que o Copom iria reduzir novamente a Selic como um estimulo para a economia
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Taxa de juros Selic: Inflação, controlada? O que esperar para o futuro?
O Brasil segue o chamado regime de meta de inflação, e os números para o momento mostram que mesmo com a redução da taxa de juros Selic, os números da inflação para 2020 e 2021 continuam dentro da meta.
O centro da meta de inflação perseguida pelo BC em 2020 é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%).
Para 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (2,00 a 5,00%).
De acordo com o boletim Focus, dessa semana, as projeções para o IPCA (índice oficial da inflação no Brasil), passou de 1,67% para 1,63%.
Já 2021, a estimativa de inflação permanece em 3%. A previsão para os anos seguintes – 2022 e 2023 – também não teve alterações: 3,50% e 3,25%, respectivamente.
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Taxa de juros Selic: Renda fixa, o que fazer?
Muitos especialistas estão usando seus espaços para defender a morte da renda fixa, algo realmente perigoso.
A taxa de juros Selic em 2% ao ano, é semelhante a taxa de juros em boa parte dos países, no passado recente nossos juros é que estavam em patamares que fugiam da realidade.
A renda fixa em todo o mundo deve ser considerada como um destino de segurança, onde deve ficar por exemplo sua reserva de emergências.
Aproveitar a queda de juros Selic para criar uma sensação de pânico entre quem guarda dinheiro em produtos mais conservadores chega a ser desonesto.
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O que fazer com meu dinheiro?
É evidente que o cenário do curto e médio prazo continuam desafiadores e novos cortes na taxa de juros Selic não estão descartadas.
A economia ainda respira por aparelhos e assuntos importantes começam a ter espaço nas discussões, como a questão fiscal e a necessidade de se discutir a Reforma Tributária.
Ao mesmo tempo, questões importantes no cenário externo como as eleições americanas podem sacudir o mercado, tornando a volatilidade uma possibilidade que precisa ser considerada.
O investidor deve manter sua atenção para formação da reserva para emergências e começar a olhar com carinho a renda variável, não como uma obrigatoriedade mas como uma possibilidade interessante no longo prazo. Esse não é um bom momento para especulações.
Foto: Marcelo Camargo Agencia Brasi (Portal Fotos Públicas)