O que explica o desempenho dos Fundos de Investimentos em 2013?

Já estamos no fim de novembro e com a proximidade do ano novo, é inevitável que os planos para 2014 já comecem a ser traçados e as considerações sobre 2013 são feitas, seja em relação à vida pessoal ou à profissional, passando, é claro, pelas aplicações financeiras.

E quando o assunto são os investimentos, só posso dizer que foi um ano bastante difícil, que muitos investidores estão insatisfeitos e minha sensação é que foi um ano até mais complicado do que 2008, quando a crise financeira mundial foi deflagrada após o estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos.

Em anos assim, o aprendizado é grande e fica clara a distinção entre os indivíduos que têm espírito de investidor e os que não têm. Aqueles que estão em busca de uma conta remunerada turbinada acabam resgatando no pior momento e realizam o prejuízo. Neste caso, só lhes restam frustrações – nem as lições ficam.

Onde ocorreram as perdas em 2013?

Acompanhe abaixo breves análises das principais perdas ocorridas neste ano que chega ao fim: mercado acionário, mercado de câmbio e mercado de juros.

Mercado Acionário

Até o momento, o Ibovespa – índice representativo dos negócios realizados na Bolsa de Valores de São Paulo – registra queda de -13,37% (até 22/11/2013). Logo no início do ano, o seu desempenho foi afetado pelo baixo crescimento da economia brasileira, pela alta da inflação e pelo reflexo nos mercados de juros.

Em maio, começaram as especulações sobre quando o Banco Central americano (Fed) reduziria os estímulos à economia. A moeda americana disparou, atingindo a maior cotação dos últimos cinco anos em agosto e o fluxo de capitais estrangeiros na Bovespa ficou bastante negativo.

O primeiro semestre foi muito ruim, a Bolsa registrou seis meses consecutivos de queda. Só em julho veio a primeira variação positiva do Ibovespa. Nos meses seguintes, mais problemas: volatilidade das ações da OGX, o pedido de recuperação judicial que contagiou as outras empresas do grupo e os impasses sobre teto da dívida e orçamento americano.

No entanto, o Ibovespa apresentou retornos positivos nos últimos meses, muito mais pelas notícias de recuperação da economia americana, japonesa e europeia do que pelos indicadores da nossa economia.

Apesar dos fatos, as perdas com investimentos em ações são mais compreensíveis, pois todos reconhecem a presença do risco neste mercado – sabe-se que a volatilidade é característica intrínseca das ações. E é exatamente por isso que investidores mais conservadores optam por não aplicar seus recursos em ações e fundos de investimentos em ações.

Para investir no mercado de ações e obter bons resultados é preciso ter horizonte de longo prazo e, de preferência, fazer investimentos regulares, não necessariamente todos os meses, mas pelo menos uma vez por ano.

Investir em momentos de queda também é uma estratégia que potencializa os ganhos, além, é claro, de aplicar seus recursos em fundos de investimentos de gestores independentes renomados, experientes e com bom histórico de rentabilidade.

Mercado de Câmbio

Também um mercado que apresenta oscilações, principalmente de curto prazo. Os preços das moedas dos países variam por uma série de fatores: crescimento da economia (variação do PIB), contas públicas nacionais e externas, níveis de inflação, taxa de juros e de desemprego. A confiança dos investidores, consumidores e empresários nas políticas de um país também são variáveis levadas em conta.

No Brasil, o real se desvaloriza 11,70% (até 22/11/2013) frente ao dólar. Tal queda é explicada principalmente pela falta de confiança dos agentes estrangeiros na economia brasileira, que registra baixo crescimento e nível de inflação alto, sem falar da falta de credibilidade no governo.

Outro fator que trouxe mais volatilidade para o mercado de câmbio este ano foram as especulações em torno de quando começará a retirada aos estímulos da economia americana. O dólar se valorizou frente às moedas das economias emergentes, frente ao dólar australiano, ao dólar canadense e ao iene do Japão, só perdendo valor frente ao euro.

O mercado de câmbio é muito complexo, são muitas variáveis que determinam o preço de uma moeda, por isto é mais apropriado investir nele indiretamente, através de fundos de investimentos multimercado, de preferência de gestores com experiência no mercado de moedas e internacional.

Os fundos cambiais são, em geral, recomendados para aqueles que têm obrigações em outras moedas e precisam se proteger das variações cambiais. Este é o caso de empresas com dívidas em moedas estrangeiras e também de pessoas que planejam fazer viagens ou com compromissos em outras moedas.

Mercado de Juros

Neste mercado, as oscilações são menos esperadas e, por isso, os investidores não se lembram que os títulos com juros prefixados também podem sofrer desvalorizações.

Foi apenas em 2002, com o início da exigência de marcação do preço dos títulos a mercado, que os investidores perceberam que as aplicações em renda fixa, fundos e, inclusive, os títulos do Tesouro, poderiam apresentar resultados negativos.

No entanto, segundo as finanças comportamentais, como damos maior importância às informações mais recentes, os investidores se esqueceram que existe este risco e se fixaram nas altas rentabilidades de 2012, quando o movimento das taxas de juros foi de queda.

Com a mudança de trajetória dos juros, que começou o ano em 7,25% ao ano e, segundo as previsões, deve terminá-lo em 10%, os fundos de investimentos DI com taxa de administração inferior a 1% cumpriram seu propósito, foram um bom investimento para recursos de curto prazo e para pessoas com perfil muito conservador.

É o caso, por exemplo, do Fundo ÓRAMA Cash DI, que superou sua meta de rentabilizar 95% do CDI, com uma taxa de administração de apenas 0,3% ao ano. O Brasil, na contramão do mundo, permanece com altas taxas reais de juros, contexto que torna os fundos DI sempre uma boa opção, mas para obter ganhos ainda maiores você deve diversificar suas aplicações e dar tempo ao tempo, ou seja, ter horizonte de aplicação de médio ou longo prazo.

E você, quais são as suas considerações sobre seus investimentos em 2013? Se tiver dúvidas sobre as mudanças que pretende fazer em seu plano de investimentos para o próximo ano, entre em contato comigo através do canal “Fale com Sandra”, no site da ÓRAMA – www.orama.com.br.

Obrigada e até a próxima. Foto “Financial graphs”, Shutterstock.

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