Empreender é um desafio e um sonho para muitas pessoas, mas como encontrar o caminho certo no empreendedorismo?
Qual o papel do Networking no sucesso dos negócios? No Dinheirama conversamos com empreendedores dos mais diversos setores para tentar entender o caminho das pedras e levar informação útil a quem está nesta estrada.
Desta vez, o papo é com Guilherme Carvalho, criador da “Inteligência de Marketing” e empreendedor da Baixada Santista. Ele está à frente do “Movimento Empreendedor”, focado em Networking para os empresários da região. O Movimento Empreendedor conta com o apoio do Sebrae Baixada Santista. Confira a entrevista exclusiva para o Dinheirama.
Para começar, pode contar um pouquinho sobre sua formação e trajetória?
Guilherme Carvalho: Sou formado em Marketing pela ESAMC, com MBA de Gestão de Marketing pela FGV. Tenho um curso de extensão de Empreendedorismo e Criação de Novos Negócios na FGV.
Comecei trabalhando no banco Nossa Caixa (era concursado), onde fiquei de 2006 a 2010. Larguei para trabalhar como assessor de investimentos. Lá me tornei sócio de uma empresa que era familiar e fiquei até 2015. Nessa empresa comecei a ter meus primeiros contatos com marketing digital e em 2015 comecei a me dedicar à MINTZ, agência de comunicação. Em 2018, resolvi que o modelo de negócios da agência não estava dentro do meu propósito e resolvi criar o Inteligência de Marketing, que se tornou mais uma assessoria de Marketing e Marketing Digital do que uma agência em si.
Você também está tocando o Movimento Empreendedor, que tem foco em networking com empreendedores da Baixada Santista e apoio do Sebrae, certo? Pode contar um pouco mais sobre o movimento?
G.C.: O Movimento Empreendedor tem o apoio do Sebrae Baixada Santista. Dentro do Movimento são realizadas reuniões quinzenais para aproximar empreendedores de diversos segmentos para troca de experiências e indicações de negócios. É um local onde o empreendedor pode encontrar clientes, parceiros e fornecedores e ainda estimular o marketing boca a boca, uma vez que é natural que um acabe indicando a empresa do outro para terceiros.
Na sua visão, qual a importância do networking para quem quer empreender?
G.C.: O Networking é obrigatório, principalmente para quem está começando. É uma excelente oportunidade para o empreendedor mostrar os seus produtos e serviços para pessoas que podem indicá-los para outras, formar parcerias e até mesmo trocar experiências. O que permitiu o crescimento da agência Mintz e o fechamento dos primeiros clientes foi justamente a participação em um grupo de networking. Nesse grupo pude conhecer diversos empreendedores dos mais variados segmentos, muitos inclusive, se tornaram clientes.
Você começou a empreender na agência Mintz, que foi uma iniciativa legal para profissionalizar a comunicação e o marketing com clientes da Baixada Santista. Mas já explicou que o modelo de negócios não estava mais da forma como queria e por isso saiu. Poderia contar as principais lições que ficaram deste empreendimento e o que você sugeriria aos que estão iniciando no empreendedorismo?
G.C.: A principal lição é que muitas vezes nos preocupamos com o resultado de vendas sem olhar para a gestão ou até mesmo para a entrega daquilo que estamos nos propondo a fazer. Isso aconteceu internamente e com alguns clientes também. Além disso, uma boa estratégia de marketing digital pode até mesmo atrapalhar uma empresa que não tem estrutura para atender ou não entrega um bom produto ou serviço, causando ainda mais problemas para a empresa.
O Guia Amo Santos foi uma iniciativa sua que surgiu nos últimos anos e agora passa a ter um outro nome e uma outra estratégia. Poderia contar como surgiu a ideia de criar o Guia e falar um pouco sobre estas mudanças?
G.C.: O Guia começou com um perfil de Instagram criado para fazer experiências e testes, sem nenhuma intenção comercial. Foi importante para aprender sobre alguns comportamentos e descobrir ferramentas que ajudassem a gerenciar a página. Com o tempo, percebi que algumas empresas começaram a nos procurar para anunciar ou aparecer no Guia. Ali percebi que ele poderia realmente se transformar em um negócio. Porém, nunca o enxerguei dessa forma. Ele passou a ser um meio para conhecer empreendedores e negócios. Agora, com novos parceiros, ele mudará de foco e de nome, para que realmente se transforme em um negócio.
Como são os seus processos criativos? Como você tem as ideias que precisa para levar inovação ao mercado em que atua?
G.C.: Eu gosto de ler bastante sobre o que o mercado vem fazendo, estudo e leio muito e como estou sempre em contato com empreendedores dos mais variados segmentos, acabo conseguindo criar conexões entre eles, bolando parcerias e ações em conjunto. Todas as ações criadas, observadas e analisadas acabam trazendo uma bagagem valiosa sobre estratégias e ações que trazem resultados. Muitas delas podem ser adaptadas para segmentos diferentes.
Gostaria que você falasse um pouco também sobre a importância de se criar processos e estratégias no dia a dia. Acredita ser algo importante para qualquer empreendedor que queira obter mais eficiência em seu negócio?
G.C.: Sem dúvida alguma. Processos são extremamente importantes para organização interna e que acabam refletindo na qualidade da entrega do serviço, evitam falhas e dúvidas. Quando você começa a montar uma equipe, quanto melhores forem os processos, mais rápida a adaptação das pessoas.
As estratégias são importantes, mas antes delas, devemos saber quais são as metas e objetivos da empresa. Quando temos metas e objetivos bem definidos, podemos criar as estratégias com foco e analisar se elas estão funcionando. Se você não define essas metas e objetivos, não existem estratégias.
Finalmente, hoje você empreende de forma regional, o que é bem interessante e deve ter suas peculiaridades e dificuldades específicas. O que pode dizer sobre isso?
G.C.: Acho que a maior diferença de uma empresa regional é a verba que ela tem disponivel para investir em comunicação. Geralmente são micro empresarios que abrem seus negócios sem muito planejamento e você precisa estar mais próximo, quase como um mentor/consultor.
A vantagem é que o acesso ao cliente é mais simples, alguns clientes se tornam amigos e se torna mais fácil a fidelização. A desvantagem é que muitas vezes o empreendedor não tem qualificação formal, o que aumenta o risco do negócio não dar certo e você perde um cliente, pois ele acaba não dando continuidade ao negócio.