A idéia do evento era debater o tema “Consumismo e importância da Educação Financeira”. Todos nós defendemos, com grande entusiasmo, a idéia da educação financeira
Como não poderia ser diferente, dado o público composto de pais, o assunto que dominou a pauta foi a utilização da mesada como instrumento de aprendizado social e financeiro. O tema causou certo furor na platéia: o que é certo? O que é errado? Quando devemos começar a dar a mesada para os filhos? Quanto seria o valor?
Alguns queriam uma receita, ditada como em um programa de TV, onde depois de um prato sempre muito suculento aparece uma lista dos ingredientes, tempo de preparo etc. De fato, seria bom se existissem regras ou receitas para isso, mas o que ficou claro é que estamos tratando de seres humanos. Não é bem assim que funciona.
Quando falamos de pessoas, não existe certo e errado. O melhor de tudo é a utilização de um segredo e talvez a chave do sucesso financeiro
A grande dificuldade de todos é, sem dúvidas, aprender a conviver com o consumismo e as armas a serviço dos gastos exagerados e sem controle. Quando o assunto foi abordado, o Dr. Armando deu um exemplo brilhante, que ajuda a entender as variáveis que existem em torno do problema: confundimos os conceitos de bom e gostoso. Parece estranho, não é mesmo?
Quando nos deliciamos como uma enorme barra de chocolate. (Hum, delícia!). Todos vão concordar que é uma gostosura, certo? Para alguns chocólatras assumidos, é um prazer único. Entretanto, sabemos que o consumo exagerado de chocolate não é bom. Engorda e pode causar alguns problemas de saúde.
Quando precisamos tomar uma injeção, ou um remédio amargo, isso não é nada gostoso. Mas, no fim das contas, é bom, pois pode até salvar nossa vida, dependendo da situação. Quando pensamos e levamos o exemplo para a vida financeira, o exemplo para conter o consumo sem critério ganha um lado prático.
Entrar naquela loja de sapatos e comprar mais um par – para se juntar aos outros 30 pares já guardados em casa – será para alguns ou algumas algo muito gostoso e gratificante, mas pode não ser nada bom (geralmente não é) para seus bolsos. Será que os valores parados em pares de sandálias ou sapatos não estariam mais bem utilizados em um bom investimento
O fato é que poucos se preocupam em entender onde está o gargalo financeiro que corrói a renda das famílias. É verdade, existem algumas pessoas que sim, possuem uma boa renda, e não cabe ficar economizando aqui e ali, pois sempre sobra no fim do mês. Mas, acreditar nisso como regra é um erro grosseiro.
Nas finanças da família, o importante é conversar. Quebrar esse tabu, que ainda sobrevive em nossa sociedade, e transformar a discussão em ação, de forma que pais e filhos possam desenvolver e aprender juntos, tendo um único orçamento, muito comprometimento e disciplina.
Se você quer levar a experiência da equipe Dinheirama para sua faculdade ou colégio, escreva para nós através de nosso formulário de contato. Vamos atendê-lo prontamente, com muito prazer, levando adiante a idéia e os ideais da educação financeira. Bom final de semana.
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Ricardo Pereira é consultor financeiro, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.
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