Dólar cai no Brasil em reação a dados de inflação nos EUA

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,917 reais na venda, com baixa de 0,75% (Imagem: Reprodução/Freepik/@frimufilms)

O dólar (USDBLR) à vista fechou a quarta-feira em baixa ante o real, com investidores reagindo a dados de inflação nos Estados Unidos, que vieram dentro do esperado e reduziram as apostas de que o Federal Reserve poderá promover novas altas de juros no curto prazo.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,917 reais na venda, com baixa de 0,75%.

Na B3, às 17:11 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,66%, a 4,9285 reais.

No início do dia as atenções estavam voltadas para a divulgação dos novos dados de inflação dos Estados Unidos, que poderiam fornecer pistas sobre o futuro da política monetária no país. Às 9h31, um minuto após a divulgação dos números, o dólar à vista bateu a cotação máxima do dia no Brasil, de 4,9686 reais (+0,29%), numa primeira reação dos investidores aos dados.

Mas depois a moeda norte-americana migrou para o negativo e passou a renovar mínimas, em meio à percepção de que os números não sugeriam juros mais altos nos EUA.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) aumentou 0,6% em agosto, no maior ganho desde junho de 2022, informou o Departamento do Trabalho, depois de duas altas mensais consecutivas de 0,2%. Economistas ouvidos pela Reuters projetavam exatamente alta de 0,6%.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, os preços ao consumidor aumentaram 0,3%.

Em sintonia com o exterior, onde o dólar também cedia ante várias divisas de países emergentes ou exportadores de commodities (Imagem: Reprodução/Freepik/@jcomp)

“Tivemos a definição da queda do dólar e dos juros futuros no Brasil depois do CPI, que veio em linha com o esperado. O índice não reforçou a tese que o mercado estava começando a comprar de novas altas de juros nos EUA”, disse Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Em sintonia com o exterior, onde o dólar também cedia ante várias divisas de países emergentes ou exportadores de commodities, a moeda norte-americana à vista marcou a mínima de 4,8949 reais (-1,20%) às 11h43. Neste ponto, houve certa resistência técnica e o dólar retorno para acima dos 4,90 reais.

Por trás da queda do dólar está a visão de que, caso o Federal Reserve não suba mais os juros no curto prazo, o diferencial de taxas seguirá favorável ao Brasil onde o Banco Central já entrou em processo de redução da taxa básica Selic, mas sinaliza a intenção de manter o ritmo de 0,50 ponto percentual de cortes, e não de 0,75 ponto percentual. Na prática, o país seguiria atrativo para os investidores internacionais.

Com a ausência de notícias de maior peso no Brasil, o câmbio foi conduzido nesta quarta-feira pelo exterior. No fim da tarde, o dólar tinha sinais mistos ante as demais divisas.

No fim da tarde, o dólar tinha sinais mistos ante as demais divisas
(Imagem: Unsplash/ engin akyurt)

Às 17:11 (de Brasília), o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas subia 0,15%, a 104,750.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de novembro.

À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de 1,739 bilhão de dólares em setembro até o dia 8. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de 2,713 bilhões de dólares, enquanto o saldo pelo canal comercial foi positivo em 973 milhões de dólares.

Postagens relacionadas

Petróleo tem leve queda na semana com preocupações sobre demanda

Wall Street fecha em queda sessão de sobe e desce com postura dura do Fed

Ibovespa fecha quase estável com acomodação após Fed, mas tem pior semana desde março