Dólar sobe no Brasil com investidores à espera de decisão de BC e Fed

Na B3, às 17:21 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,35%, a 4,8805 reais (Imagem: Reprodução/Freepik/@8photo)

O dólar (USDBLR) à vista fechou a terça-feira em leve alta ante o real, interrompendo a sequência mais recente de baixas, com investidores mantendo a maior parte das posições antes das decisões sobre juros do Banco Central e do Federal Reserve, ambas marcadas para a quarta-feira.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8728 reais na venda, com alta de 0,34%. Nas quatro sessões anteriores, a moeda norte-americana havia registrado perdas em três delas e ficado estável em uma.

Na B3, às 17:21 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,35%, a 4,8805 reais.

O dólar oscilou em margens bastante estreitas ao longo do dia. Na cotação mínima da sessão, às 9h02, a moeda à vista marcou 4,8400 reais (-0,34%). Na máxima, às 15h53, foi cotada a 4,8769 reais (+0,42%).

A oscilação contida foi reflexo da manutenção de posições no mercado futuro, por parte dos investidores, antes das decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no Brasil, e do Federal Reserve, nos Estados Unidos.

O mercado futuro é o mais líquido no Brasil e, no limite, é o que determina as cotações do segmento à vista.

“Todo mundo está aguardando as decisões sobre taxas de juros do BC, do Fed e de outros países também. Então, nada mais normal que o pessoal tire o pé das operações do dia e espere”, comentou Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

O mercado futuro é o mais líquido no Brasil e, no limite, é o que determina as cotações do segmento à vista (Imagem: freepik/freepik)

No Brasil, está consolidada a ideia de que o Copom cortará a taxa básica Selic em 0,50 ponto percentual, de 13,25% para 12,75% ao ano. No caso dos EUA, a perspectiva é de que o Fed mantenha a taxa básica na faixa de 5,25% a 5,50%.

Tanto no Brasil quanto nos EUA, porém, a expectativa gira em torno das possíveis indicações dos bancos centrais sobre os passos seguintes da política monetária.

Investidores querem saber se o Copom poderá acelerar o ritmo de cortes para 0,75 ponto percentual em novembro ou dezembro e se o Fed poderá promover nova alta de juros ainda em 2023.

Estas indicações, conforme profissionais ouvidos pela Reuters nos últimos dias, têm potencial para gerar uma reprecificação do câmbio. Em tese, a perspectiva de juros mais baixos no Brasil e mais altos nos EUA reduz a atratividade brasileira ao capital internacional.

No exterior, no fim da tarde o dólar sustentava leves ganhos ante moedas fortes e tinha sinais mistos ante as divisas de emergentes ou exportadores de commodities.

Às 17:21 (de Brasília), o índice do dólar que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas subia 0,07%, a 105,150.

Pela manhã, o Banco Central informou que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) subiu 0,44% em julho na ante junho, em dado dessazonalizado.

A leitura de julho ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,3%. No entanto, o dado de junho foi revisado para baixo, de alta de 0,63% para elevação de 0,22%.

Os números não afetaram de forma definitiva o mercado de câmbio.

No fim da manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de novembro.

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