Há muita confusão envolvendo o conceito de educação financeira. Para muitas pessoas, tudo se resume a usar uma planilha de controle financeiro ou conseguir guardar dinheiro, ainda que tarde na vida.
Dinheiro é muito mais do que uma planilha ou simplesmente juntar para alcançar um objetivo. Dinheiro é cidadania, afinal de contas é parte fundamental do nosso dia a dia – não há um dia sequer sem que você tenha que lidar com seu bolso (ou pensar nela).
Educação financeira não é opcional, mas tampouco é uma apenas uma disciplina. Não, você não vai aprender educação financeira ao fazer um curso ou assistindo sabe-se lá quantas horas-aula e/ou vídeos no Youtube.
O parágrafo anterior parece depor contra o meu próprio trabalho, eu sei, mas juntos vamos compreender o que eu quero dizer. Educação financeira é uma escolha que precisa estar acima da ferramenta ou do conteúdo, é um estilo de vida; é prática deliberada de priorizar as finanças pessoais e o bem-estar financeiro com muito afinco.
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Educação financeira: mais simples do que parece
Escolhas individuais que moldam nosso caráter não podem ser aprendidas, nem emuladas. São mudanças que nascem e desabrocham a partir de nossas experiências pessoais, frustrações, valores e princípios.
Técnica, conceitos, como fazer bom uso de ferramentas, diferenças práticas, tudo isso você consegue aprender. O quanto cada um destes conhecimentos realmente fará diferença na sua vida no longo prazo, só você vai descobrir. Se quiser.
Educação financeira então significa abraçar as responsabilidades associadas ao próprio dinheiro desde sempre, como uma obrigação moral e um dever cívico. Parece um exagero dizer isso, mas olhar assim torna tudo mais simples do que parece.
Nós não tratamos aos outros com educação, presteza e consideração? Não exercitamos nossa compaixão e ensinamos o possível a quem quer aprender? Não lidamos com responsabilidade diante de nosso trabalho? Não assumimos o papel de inspirar e educar pelo exemplo nossos filhos?
A lista de provocações pode ser enorme, mas o ponto é óbvio: não importa a sua realidade financeira, ela é a sua realidade financeira. Você é o responsável por lidar com ela, fazer alguma coisa a respeito e sempre assumir as consequências de escolhas que a e envolvam.
Se você vai reclamar mais do que controlar, escolha; se vai gastar mais do que ganha, escolha; se vai desperdiçar mais do que investir, escolha; se vai justificar mais do que questionar, escolha. Salvo raríssimas exceções, sempre teremos escolha.
Educação financeira: controle que cria liberdade
Há uma interpretação ingênua difundida por aí que simplesmente trata a educação financeira como um instrumento de controle, como se isso fosse ruim porque cria limites e barreiras que não devem ser ultrapassadas sem condições.
O grupo que gosta de insinuar que “a vida é agora” age como se a educação financeira tornasse tudo mais chato. Convenhamos, viver uma vida com uma prateleira cheia de justificativas prontas para tudo é muito fácil, mas não dá resultados muito interessantes.
O controle financeiro é apenas uma (pequena) parte do todo que envolve a verdadeira educação financeira. Sua importância é óbvia, mas deve ser reforçada no sentido de que é o alicerce para a verdadeira construção de liberdade.
Quem sabe administrar bem seu dinheiro, nunca fica escravo de empréstimos, financiamentos e dívidas de qualquer natureza. Quem sabe administrar bem seu patrimônio, permite-se criar fontes de renda extra ao longo da jornada da vida.
O controle, portanto, permite que você se conheça cada vez melhor, embase suas decisões com base na verdade do seu padrão de vida e ainda fornece excelentes referências históricas para fazer escolhas cada vez melhores.
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Educação financeira: também um sinal de amor
Amor, que história é essa? Não há sucesso financeiro que faça sentido se não for construído em torno de um bem maior: o bem-estar e a liberdade de quem amamos. O amor é um ingrediente essencial da boa educação financeira porque cria o compromisso mais importante para colocar em prática o que for necessário.
Quando assumimos a responsabilidade de lidar com a realidade financeira da família de forma honesta, também sinalizamos para nossos queridos que a verdade é mais importante que qualquer desculpa.
É verdade que nem todos os problemas enfrentados no dia a dia são causados por você ou alguém de sua família, como a situação do coronavírus nos mostra. No entanto, seu comportamento diante da realidade é uma escolha.
Quanto mais educação financeira, melhor. Pense na emergência vivida por muitas famílias que não conseguiram trabalhar ou que simplesmente tiveram sua renda reduzida. Com educação financeira, uma reserva poderia ter sido construída para amenizar um pouco o desafio. Continuidade é amor!
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Conclusão
O objetivo da educação financeira é permitir que você alcance seus objetivos, cresça e inspire as novas gerações pelo exemplo. Não há liberdade maior que permitir-se realizar sonhos enquanto melhora também o que existe no entorno e na sociedade em que está inserido.
Acorde o quanto antes para o verdadeiro papel da educação financeira, que é o de simplesmente oferecer maneiras de viver com mais equilíbrio e foco real nas prioridades de vida.
Família. Saúde. Amigos. Trabalho. Experiências. História para contar. Tudo aquilo que faz você crescer e se desafiar é parte da jornada da educação financeira. Ou você escolhe conscientemente abraçar tudo isso ou viverá sempre questionando o seu papel diante das frustrações e dificuldades que a vida impõe.
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