Inflação acima do teto da meta com ajuda de alimentos

A inflação registrou 0,47% em março, levando o Índice de Preços ao Consumidor Ajustado (IPCA) a 6,59% nos últimos 12 meses, superando o teto da meta oficial do governo. É a maior taxa desde novembro de 2011, quando a inflação chegou a 6,64%. Diante do valor acima do teto, torna-se provável um aumento dos juros (Selic) no país.

Os principais “vilões” para a alta da inflação foram os alimentos. O Açaí, o alho, a cebola, a batata inglesa e, claro, o tomate pressionaram a alta dos preços no país. Junto com o tomate, a farinha de mandioca teve alta superior a 100% em um ano – registrou uma variação de 151,39%.

Por isso, o Banco Central (BC) parece estar preparando novas medidas – ele se reúne na próxima semana para decidir sobre a taxa básica de juros e há quem acredite que a Selic será elevada na ocasião.

A alta no preço de alimentos

O alto valor de comercialização dos alimentos está gerando grandes discussões e revoltas por parte da população. Na internet, já virou motivo de piada. Na economia, ele tem sido mesmo o maior vilão da inflação. Mesmo com a redução de impostos sobre os produtos da cesta básica, os esforços para controlar a inflação por meio de medidas fiscais têm tido efeito limitado.

O BC foi pego de surpresa pelo aumento recente da inflação. Há seis meses, com a preocupação do fraco crescimento da economia, a autoridade monetária reduziu a Selic pela décima vez consecutiva, para o recorde de 7,25% ao ano. Naquela época, a previsão do BC era de que a inflação terminaria março em 5,2%.

Veja a evolução no preço dos alimentos (em %):

PRODUTO

Março

Ano

12 meses

Cebola 21,43 54,88 76,46
Açaí (emulsão) 18,31 55,66 40,58
Cenoura 14,96 53,3 50,67
Feijão-carioca 9,08 22,85 26,47
Batata inglesa 6,14 38,11 97,29
Tomate 6,14 60,9 122,13
Alho 5,77 2,5 53,13
Ovo 5,68 12,13 29,75
Farinha de mandioca 5,11 35,18 151,39
Farinha de trigo 4,6 12,02 22,13
Pão de forma 4,54 9,21 19,22
Frutas 4,51 7,86 11,66
Pão doce 2,63 4,29 11,61
Hortaliças 2,46 20,71 25,45
Macarrão 1,94 6,12 10,25
Feijão-preto 1,83 4,72 24,79
Biscoito 1,8 4,46 8,8
Pescados 1,78 4,9 8,51
Leite longa vida 1,76 2,49 8,81
Leite em pó 1,63 2,78 12,71
Creme de leite 1,54 -1,89 8,17
Refrigerante fora 1,4 3,9 11,63
Queijo 0,92 3,01 8,53
Refeição 0,89 2,68 8,88
Carnes industrializadas 0,75 2,59 15,47
Pão francês 0,69 3,87 15,3

Impacto na população mais pobre

André Braz, pesquisador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE), aponta que a alta do preço dos alimentos afeta, principalmente, o orçamento de brasileiros que ganham até 2,5 salários mínimos.

Para Braz, há expectativas de uma safra melhor para 2013, mas alerta que não se pode esperar uma melhora expressiva da oferta para itens mais básicos. Assim, ele reforça que não haverá recuos consideráveis nos preços desses alimentos.

Juros podem subir

Na última terça-feira (9), o presidente do Banco Central Alexandre Tombini afirmou ser possível que a autoridade monetária tome outras ações para conter a inflação, reiterando que se mantém cauteloso devido à permanência de incertezas em relação os preços.

“Ações foram tomadas, mas é plausível afirmar que outras poderão ser necessárias. Para decidir sobre isso, o Banco Central irá acompanhar a evolução do cenário econômico”, informou.

Veja abaixo reportagem do Jornal da Record.

Fontes: UOL e R7. Foto de freedigitalphotos.net.

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