Por mais óbvio que essa afirmação pareça, é sempre bom reforçar, pois muitos investidores gostam de alimentar ilusões deste tipo. Portanto, diante dessa triste, porém incontestável realidade, não resta outro caminho senão aceitar que as perdas fazem parte do jogo e aprender a lidar com elas.
Abrindo espaço para uma brincadeira, é como aquele conselho que se dá para alguém que sofre com algum vício: o primeiro passo é reconhecer o problema. Feito isso, é hora saber o que uma perda de fato representa e o que pode ser considerado um grande prejuízo.
No meu dia-a-dia lido com diversos investidores e percebo que muitos têm dificuldades para distinguir o que é relevante e o que não é. Pegue o exemplo de alguém que está perdendo 3% e não sabe se isso é muito ou pouco. Como não tem referência, acaba se deixando levar pelo clássico e fatal achismo do “vai voltar a subir, vou esperar mais um pouco”. Não preciso nem dizer onde essa história termina, certo?
Os limites de perda e os objetivos de ganho devem ser definidos previamente pelo próprio investidor
Como as perdas – apesar de poderem ser reduzidas – são inevitáveis, a melhor e mais básica forma de se proteger é jamais abrir mão do stop. Ele atua como um guarda-costas que acompanha o investidor em todo lugar que vai. Você deve ter reparado que sou insistente no que se refere a esta ferramenta – leia mais em “Stop no Mercado de Ações: usar ou não usar?”.
Quando abre mão dessa proteção o investidor que, por exemplo, fracassa quando objetiva ganhar no curto prazo acaba mudando sua operação para o longo prazo na expectativa de ver o mercado reverter. O problema é que essa é uma decisão totalmente emocional e que jamais deve ser posta em prática!
Para finalizar esse artigo, vou dar um conselho que aprendi bem longe da bolsa de valores
Se tenho uma pane enquanto estou no ar, não tenho como aprender na hora como resolvê-la. Preciso saber muito bem quais são os procedimentos de emergência. Mais do que isso, preciso ter feito testes e aplicado-os em terra firme, com segurança.
O investimento em renda variável funciona da mesma forma. Se o mercado reverteu – seja porque algo inesperado ocorreu ou porque o investidor não soube ler a tendência -, ele tem que saber como sair, seja com stop, seja com leitura de candles ou padrões de reversão. O que não pode é deixar para ver o que vai acontecer na hora. É morte (prejuízo) na certa!
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