Juros altos: aproveite, pois a molezinha não vai durar para sempre

O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central decidiu, em reunião finalizada nessa quarta-feira, manter a taxa básica de juros em 14,25% ao ano. Foi a primeira definição sobre juros com o novo presidente do BC, Ilan Goldfajn. A decisão foi unânime entre os integrantes do comitê.

Na reunião anterior, de 8 de junho, já sob o governo do presidente interino, Michel Temer, o BC ainda era comandado formalmente por Alexandre Tombini, embora o nome de Goldfajn já tivesse sido aprovado no Senado, como determina a lei.

Faz exatamente um ano que a taxa está nesse nível. Em julho de 2015, ela subiu de 13,75% para 14,25%. Nas oito reuniões seguintes do BC, os juros ficaram no mesmo patamar.

Leitura recomendada: O enigma dos juros: por que eles são tão altos no Brasil?

Juros altos: onde investir?

Boa parte dos analistas do mercado já começam a avaliar que a trajetória de juros começará a cair em breve. De acordo com o boletim Focus divulgado nessa semana, a expectativa de inflação para o ano está em 7,26%; já em 2017, está na casa de 5,30%, já dentro da flutuação (mais ou menos 2%) em torno da meta de 4,5%.

Se a queda da inflação é o primeiro sinal de que os juros poderão começar a cair, muita gente já começa a especular sobre quais serão os melhores caminhos para investir quando isso acontecer.

Um destaque importante é que quando falamos em queda dos juros, não significa dizer que os juros chegarão a um patamar efetivamente baixo. Como exemplo, para o final de 2016 a expectativa é de que a Selic fique em 13,25%; para 2017, a maioria acredita que podemos caminhar para juros de 11%.

Depois de tantos números e “economês”, quero compartilhar algumas observações importantes sobre onde investir. A mensagem será a mais direta possível: continue aproveitando a renda fixa, mas não deixe de começar a avaliar com carinho algumas oportunidades que começam a aparecer na renda variável.

Poupança, ótima opção para quem quer rasgar dinheiro

Infelizmente, ainda existe muita gente que utiliza a caderneta de poupança como opção de investimento. Na atual regra, a poupança paga rendimento fixo de 0,5% ao mês mais TR. Por isso, não tira proveito da alta dos juros e ainda nesse momento perde para a inflação.

Se você não é louco o suficiente para rasgar dinheiro, melhor avaliar a busca por outros produtos para destinar seus investimentos.

Tesouro direto: melhor que colo de mãe

O Tesouro Direto é, sem dúvida, um dos investimentos mais indicados para quem quer segurança e rentabilidade.  O Tesouro Selic, por exemplo, que acompanha a alta dos juros, é uma das alternativas mais indicadas para quem não sabe quando vai precisar do dinheiro e rende 100% do CDI.

Quem quer se proteger da inflação e garantir um juro pós-fixado tem como alternativa o Tesouro IPCA+. Existem outros papeis interessantes no Tesouro Direto: se você quer mais informações sobre essa grande oportunidade, baixe gratuitamente nosso eBook “Invista Sem Medo em Títulos Públicos”.

Dólar: compre sempre aos poucos

A estratégia de comprar dólar para proteção ainda tem seu valor. Independente dos rumos da economia, manter a compra sistemática para formar um preço médio permite ter um planejamento efetivo e inteligente para programar gastos e viagens ao exterior.

Para quem pensa no dólar como investimento, faço o alerta de que o câmbio é um terreno escorregadio. Em pouco tempo tudo pode mudar e transformar oportunidades em grandes problemas.

Vídeo recomendado: Dicas para Viajar para o Exterior mesmo com o Dólar tão caro – TV Dinheirama 

Bolsa de Valores

O mercado de renda varável apresenta resultado interessante em 2016, mesmo com o país enfrentando uma das maiores crises de sua história. O mercado financeiro é um reflexo imediato da confiança e expectativa em torno do país e é inegável a mudança de humor do mercado a partir da ascensão do governo provisório.

A confiança vai aos poucos retornando ao mercado e, assim, existe a perspectiva de que em breve o país controle a inflação, volte a crescer e enfrente o desemprego, voltando a ter um círculo virtuoso que alavanque o mercado de capitais na mesma medida em que os juros também comecem a cair.

Concordo com as pessoas que consideram investir em ações uma decisão que precisa ser muito bem pensada e estudada. Felizmente, para quem tem um pouco de interesse e disposição existe uma gama de oportunidades a partir do acompanhamento de profissionais sérios que tornam a vida do investidor muito mais fácil.

Como investidor fiel da renda fixa e nem tanto da renda variável, procuro ouvir e dar muita atenção às orientações de dois analistas que se complementam: o fundamentalista Roberto Indech e o analista técnico Leandro Martins, que trabalham na corretora em que faço minhas operações.

Se você se interessa pelo mercado de ações, recomendo fortemente que abra sua conta gratuitamente na Rico.com.vc e comece a acompanhar as análises, vídeos e programas feitos tanto pelo Roberto como pelo Leandro. O aprendizado é tremendo e ninguém precisa pagar nada por isso.

Conclusão

Ainda teremos um longo caminho para sairmos da crise, afinal as mudanças na economia levam tempo para surtir efeitos práticos. O desemprego pode aumentar e, nesse meio tempo, em um mundo tão globalizado cada vez mais o futuro se torna uma caixinha de surpresas.

Pode demorar mais tempo do que o previsto, mas é certo que a “molezinha” dos juros altos e da alta rentabilidade da renda fixa vai diminuir. Não desperdice a oportunidade de aproveitar a chance única no mundo de conquistar dois dígitos de rentabilidade com risco praticamente zero. Depois não adianta dizer que não sabia. Até mais.

Leitura recomendada: O poder dos juros compostos no planejamento de longo prazo

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