O mercado elevou a projeção de crescimento econômico no próximo ano e reduziu a previsão para a inflação em 2017. É o que mostram os dados divulgados nesta segunda-feira (22) pelo Boletim Focus.
A pesquisa semanal do Banco Central com economistas e instituições financeiras elevou de 1,10% para 1,20% a expectativa de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017. Para este ano, a estimativa é de retração de 3,20%, a mesma da pesquisa anterior. Em 2018, o crescimento projetado foi mantido em 2%.
A melhora do cenário para 2017 ocorre após o próprio governo revisar sua projeção de crescimento para o próximo ano. Nela, elevou de 1,2% para 1,6%. As estimativas vão servir de base para a elaboração da proposta de Orçamento de 2017. Proposta que será entregue ao Congresso até o dia 31 de agosto.
A projeção para a inflação foi cortada para o próximo ano. Ela caiu de 5,14% para 5,12%, pouco acima do centro da meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para 2017, que é 4,5% com 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A estimativa para a inflação neste ano foi mantida em 7,31%. Na revisão das projeções econômicas feita pela Fazenda, o IPCA (índice oficial de preços) estimado é de 7,2%. Já em 2018, a expectativa é que seja de 4,50%
O mercado manteve em 13,75% a perspectiva para a taxa básica de juros no fim deste ano. Para 2017, permaneceu em 11%.
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Para conter demissões governo estuda ampliar PPE
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, o Planalto avalia ampliar o subsídio dado no programa de proteção ao emprego (PPE). Isso para assegurar postos de trabalho enquanto as empresas não saem da crise. Essa interpretação foi possível a partir de recente entrevista do ministro do Trabalho e Emprego do governo interino, Ronaldo Nogueira.
“Vamos dialogar com as empresas. Pretendemos rediscutir o PPE para que o programa seja mais abrangente, inclusive no sentido de, se possível, aprimorar a participação dos investimentos, assegurando o trabalhador no emprego nesse período em que a crise é mais aguda”, afirmou Nogueira, após participar de reunião com diretores do sindicato dos metalúrgicos do ABC paulista, na sede da entidade em São Bernardo do Campo.
Juros altos de emergentes voltam a atrair investidores
Os mercados emergentes estão sendo inundados com dinheiro em um ritmo recorde. Reflexo das taxas de juros negativas no mundo desenvolvido. Assim investidores passam a buscar ativos mais arriscados. Esse comportamento que foi qualificado por um operador como “febre de compra”.
A aplicação em fundos de ações de mercados emergentes atingiu, na última semana, o maior nível em 58 semanas.
Economistas afirmam que os níveis sem precedente de afrouxamento monetário no Reino Unido, no Japão e na Europa fizeram investidores ignorarem os riscos de colocar dinheiro em economias menos estáveis.
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Nos emergentes, fundos de ações registraram entradas de US$ 5,1 bilhões na semana encerrada em 17 de agosto, a sétima seguida de entradas, de acordo com dados da consultoria americana EPFR.
Nas mesmas sete semanas, um recorde de US$ 20 bilhões foi investido em títulos de mercados emergentes. O que se viu foram investidores retirando dinheiro dos bônus dos Estados Unidos e da Europa e colocando em ativos mais arriscados.
Mercado financeiro
A semana inicia com o mercado financeiro olhando com cautela os próximos passos da política de juros dos Estados Unidos. A indefinição sobre uma possível alta ainda continua. No Brasil, a semana promete retomada das atenções para o cenário político com o final dos jogos olímpicos.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, operava as 10h30 em baixa de -1,20%, com 58.389 pontos. Enquanto o dólar apresentava valorização de +0,23%, negociado a R$ 3,21.