Um dia desses, escutei no elevador a conversa de duas senhoras. Uma dizia à outra que tinha um determinado valor na conta corrente de seu banco, mas que não iria investi-lo, pois, afinal, a poupança não rende nada.
Esse quadro só confirma que a educação financeira ainda tem muito que caminhar no Brasil. Por isso, neste post vou discutir as razões pelas quais devemos sempre investir nosso dinheiro, mesmo que os retornos pareçam baixos.
Investir é sempre melhor do que não investir
A poupança realmente não é um bom investimento e traz retornos muito menores que outros produtos disponíveis no mercado, mas ainda assim é melhor deixar o dinheiro na caderneta do que parado na conta corrente. Por menor que seja, desde que o dinheiro permaneça nesta aplicação durante um mês completo, algum rendimento será obtido.
Ao não investir por visualizar um retorno pequeno, o investidor perde dinheiro duas vezes: não recebe os rendimentos e perde poder de compra para inflação.
A inflação corrói o nosso dinheiro
O índice oficial de inflação do Brasil, o IPCA, registrou alta de 0,57% em setembro e no acumulado em 12 meses a alta é de 6,75%, acima do teto da meta. Ao não investir seus recursos durante o mês de setembro, a senhora que mencionei perdeu 0,57% dos seus recursos para a inflação e deixou de ganhar 0,59% com a poupança.
Se tivesse optado por um investimento seguro e ainda com liquidez diária, como é o caso do fundo Órama DI Tesouro Master, que investe em títulos públicos, teria alcançado uma rentabilidade bem melhor, 0,87%.
Ao investir seus recursos, não teria perdido poder de compra para a inflação e ainda teria registrado algum ganho, 0,02% com poupança e 0,10% se tivesse aplicado no Órama DI Tesouro Master, já com o imposto de renda descontado, considerando alíquota de 22,5% para investimentos em fundos referenciados de até seis meses.
Pequenos retornos mensais acumulam retornos interessantes em períodos mais longos, por isso não podemos menosprezar as pequenas diferenças.
Os produtos de investimento disponíveis no mercado
O mercado financeiro evolui muito desde a década de 1990 e a poupança não é mais a única opção viável para quem não é profissional ou não tem muito dinheiro. Há uma grande quantidade de produtos disponíveis no mercado, uns mais rentáveis do que outros, que atendem a todos os perfis de investidores.
Entre os investimentos conservadores, CDBs, LCIs, LCAs, títulos públicos e fundos de renda fixa são aplicações mais interessantes para o investidor do que a poupança.
Já para os investidores com perfil moderado ou agressivo, aqueles que aceitam o risco de variações negativas de curto prazo em troca de maiores retornos no longo prazo, recomendo aplicações em fundos multimercado e de ações de gestoras independentes, como o Órama BTG Pactual Hedge Plus e o Órama JGP Equity. São excelentes produtos que através da Órama você tem acesso com apenas R$ 1 mil.
Exemplos de carteiras
Para deixar ainda mais claro como é importante investir, elaborei uma simulação para quatro diferentes cenários:
- Não investir;
- Aplicar na poupança, com rendimento médio de 6,50% ao ano;
- Aplicar num outro produto conservador, com rendimento médio de 10% ao ano;
- Investir num produto moderado, que renda em média 12% ao ano.
Em todos os cenários supus que o investidor faria uma aplicação de R$ 6 mil a cada 12 meses e que a inflação seria em média de 6% ao ano.
No primeiro, se não aplicasse seus recursos os R$ 6 mil durante um ano, o investidor perderia R$ 360 em poder de compra. Se aplicasse na poupança, manteria seu poder de compra e ainda ganharia R$ 30, no investimento conservador ganharia R$ 240 e no moderado R$ 360.
Nestas mesmas condições (inflação média de 6% ao ano e aportes anuais de R$ 6 mil), em 10 anos, ao não aplicar seus recursos, o investidor perderia, em poder de compra, R$ 23.829,86 do total de R$ 60 mil, ou seja, no final do período teria R$ 36.170,14 em poder de compra equivalente.
Já no cenário em que o investidor teria investido seu dinheiro na poupança, no outro investimento conservador e no investimento moderado, além de manter o poder de compra, o investidor ainda registraria ganhos acima da inflação de, respectivamente, R$ 2.399,50, R$ 21.357,15 e R$ 34.097,64.
Novamente, podemos observar que os pequenos rendimentos e pequenas diferenças de curto prazo se traduzem em resultados distintos ao longo do tempo.
Concluindo
A senhora que mencionei estava correta ao avaliar que a poupança não é um bom investimento, mas errou ao preferir deixar seu dinheiro na conta corrente ao aplicá-lo. A melhor atitude seria buscar mais informações e procurando outras opções de investimento.
Se você está em busca de bons produtos para investir seus recursos e/ou diversificar sua carteira de investimentos, entre em contato comigo através do canal “Fale com a Sandra”, no site da Órama.
Nota: Esta coluna é mantida pela Órama, que contribui para que os leitores do Dinheirama possam ter acesso a conteúdo gratuito de qualidade.
Foto “Cracked piggy bank”, Shutterstock.