As crianças foram introduzidas no mundo do consumo, isso é fato. O Dia das Crianças e o Natal são épocas onde há um aumento das propagandas direcionadas a esse público, bem como um crescimento no volume de vendas de produtos a ele destinados.
Recomendo que fiquem atentos, pois as propagandas nunca dizem “não” para seus filhos. Costumo dizer que o marketing está cumprindo seu papel e cabe aos pais a responsabilidade na formação de consumidores conscientes: formá-los para o SER e não para o ter.
Será que o tema é importante? Esse ano, o Governo Federal lançou uma cartilha onde é ensinado como evitar o consumismo infantil na época do Natal (clique para assistir). O foco são as compras conscientes e a atenção à sustentabilidade.
Alguns pontos são importantes e devem ser lembrados. Orientações já exploradas em outros artigos, mas que precisam ser discutidas novamente devido à carência de atitudes positivas nesse sentido. Vejamos:
- Envolver as crianças no planejamento das festividades do final do ano, como as ceias, a decoração e a compra dos presentes;
- Melhores alternativas de presentes podem ser conseguidas através de uma lista de desejos, onde as crianças escrevem o que gostariam de ganhar no Natal. Indicado para crianças já alfabetizadas;
- É necessário ter coerência e os presentes precisam estar de acordo com a situação financeira da família, por isso a negociação é tão importante para evitar frustrações. Mesmo quando o problema não é o dinheiro limitado, é importante e altamente educativo conversar com os filhos sobre seus desejos e necessidades. Em ambas as situações, estarão ensinando valores imprescindíveis na formação de um consumidor consciente e de um adulto que não cairá facilmente nas armadilhas de um consumo vazio e vicioso;
- Cuidado para que o lado emocional não o conduza para o endividamento. Muitas vezes somos envolvidos pelos apelos do consumo natalino ou pela euforia momentânea e estouramos o orçamento sem nenhuma necessidade. Conte até 10 para fechar uma compra quando perceber essas armadilhas;
- Os pais precisam estar conscientes do seu papel de formador de um consumidor consciente para ter a tranquilidade e não ceder frente às insistências das crianças. Nesse momento, é preciso orientá-las e conduzi-las para a melhor opção de compra;
- Pense sobre o valor simbólico dos presentes. Às vezes gastamos mais do que o planejado, pois somos levamos a acreditar que um presente mais caro representa o quanto gostamos daquela pessoa. Ou isso ou simplesmente nos sentimos na obrigação de presentear. Cuidado!
Essas festividades sempre me fazem pensar nos outros dias do ano: muitos deles não merecem tal dedicação também? Precisamos de mais gentileza e doçura nas relações entre as pessoas. Precisamos do olhar atento e carinhoso com nossas crianças. Precisamos pensar sobre nossos talentos essenciais e em nossas buscas fundamentais.
Exercer o SER é ponto de partida para vivermos em paz e harmonia (e sem dívidas). Quem sabe assim será possível vivermos um ano novo todos os dias, não é mesmo? Grande abraço.