A circulação de bens e serviços é a base da economia atual. Por isso, uma das maiores preocupações em qualquer governo é evitar que o nível de consumo caia, já que uma queda inevitavelmente significa aumento do desemprego, diminuição dos investimentos
Nessa situação, não há linguagem que defina melhor os valores e a posição social de alguém do que suas realizações materiais. Ao consumir, manifestamos nossa forma de ver o mundo por meio das escolhas que fazemos. Os critérios que usamos para escolher entre um produto e outro definem não só quem somos, mas também em que acreditamos, pois o ato de comprar é um aceite para com todas as práticas que permitiram ao item chegar até nossas mãos.
Se ao escolher um produto manifestamos quem somos, então os produtos existentes no mercado
Afinal, sendo o objetivo de qualquer empresa obter lucros, então é inevitável que ela ofereça ao consumidor produtos que atendam suas expectativas. E assim venda bastante e conquiste muitos clientes. Se o consumo inicialmente promoveu a exacerbação do individualismo e a submissão dos nossos interesses aos interesses do mercado, agora é o momento de usar a força do consumidor para manifestar os anseios do cidadão.
Isso só será possível através de uma profunda reavaliação dos hábitos de consumo, do planejamento das compras, da eliminação de desperdícios e da destinação correta dos resíduos oriundos do consumo (lixo ou produto sem utilidade).
Nesse contexto, o que é fazer uma boa compra?
Fazer uma boa compra no contexto atual é considerar todos os aspectos associados, desde a identificação da necessidade de alguma coisa até o tratamento dos resíduos gerados por essa escolha. De forma simplificada, podemos observar quatro aspectos principais que devem ser avaliados para uma boa compra:
- O aspecto prático, que trata da escolha de um produto baseada na identificação clara da necessidade que este precisa atender. Isso evita gastos desnecessários e aumenta o tempo de vida útil que o produto tem para quem o compra;
- O aspecto financeiro, relacionado ao planejamento necessário para se adquirir um determinado item de acordo com a renda disponível, observando questões de preço, prazo de pagamento, desconto, entre outros;
- O aspecto social, que representa os impactos sociais gerados tanto pelo produto quanto pelo processo de produção e distribuição;
- O aspecto ambiental, que é a influência da produção no meio-ambiente, considerando desde a matéria-prima usada até o uso e descarte do produto.
Considerando o consumo como principal forma de manifestação pessoal, compreender como as várias áreas da vida se relacionam e de que forma nossas escolhas pessoais as influenciam é determinante para motivar as mudanças que precisamos ver no mundo. Assim, nos próximos artigos pretendo aprofundar cada um desses aspectos, apresentando dicas de como aplicá-los nas escolhas do dia-a-dia. Até a próxima.
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