Onde investir em 2016: o que evitar e o que aproveitar?

Em 2015, por causa da inflação, quem ficou com o dinheiro na poupança perdeu poder de compra. De janeiro a dezembro, enquanto a caderneta rendeu cerca de 8%, a inflação acumulou alta de 10,67%, o que fez com que muita gente migrasse para outras alternativas de renda fixa.

O Tesouro Direto, programa que permite aos investidores pessoa física comprarem títulos públicos, bateu recorde de vendas em setembro. Para 2016, especialistas acreditam que investir em renda fixa continuará sendo uma boa opção. Confira as expectativas para algumas aplicações financeiras:

LCI (letras de crédito imobiliário) e LCA (letras de crédito do agronegócio)

Queridinhas dos investidores por serem livres de Imposto de Renda, as letras de crédito imobiliário (LCI) e letras de crédito do agronegócio (LCA) são interessantes para quem tem um horizonte maior de investimento, já que a aplicação tem prazo de no mínimo seis meses para retirar o dinheiro.

Outro atrativo é a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Caso o banco que oferece o título privado tenha problemas financeiros ou vá à falência, o fundo garante o reembolso de até R$ 250 mil por pessoa por instituição financeira em determinadas aplicações.

Vale lembrar que, enquanto ministro da Fazenda, Joaquim Levy chegou a afirmar que o governo pensava em retirar a isenção fiscal das letras de crédito. Ainda que nenhuma providência tenha sido tomada nesse sentido até o momento, a possibilidade de mudança de legislação de impostos coloca um risco no curto prazo.

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 CDB (Certificados de Depósitos Bancários)

 O CDB é um título que os bancos emitem para se capitalizar. Não possui taxa de administração, mas paga IR conforme o período:

  • Até 180 dias = 22,5%;
  • De 181 a 360 dias = 20%;
  • De 361 a 720 dias = 17,5%;
  • Acima de 720 dias = 15%.

Segundo especialistas, ainda que bancos menores paguem taxas melhores, é preciso ficar atento, já que altas rentabilidades podem significar altos riscos. Por isso, a recomendação é manter os investimentos dentro do limite de cobertura de R$ 250 mil do FGC.

Tesouro Direto

O programa de compra e venda de títulos públicos do governo federal oferece títulos com diferentes rentabilidades: prefixada, atrelada à Selic ou atrelada ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Acessível (a partir de R$ 30 já é possível fazer aportes) e seguro (100% garantido pelo Tesouro Nacional), essa opção tem a vantagem de ter liquidez diária. Dessa forma, é possível resgatar a qualquer tempo, com o ganho baseado na taxa básica de juros.

Poupança

Mesmo isenta de Imposto de Renda e taxas de administração, a poupança perde atratividade com os juros altos, já que sua remuneração é fixa em 0,5% ao mês + TR. Por esse motivo, a recomendação é que ela seja usada só para o dinheiro do dia a dia e por um período curto, mas não como opção de investimento.

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Dólar

Diante da dificuldade de prever a taxa de câmbio no horizonte de um ano, a moeda não é atrativa para investimento. Especialistas aconselham a compra apenas em caso de viagem.

A recomendação é que a compra seja feita aos poucos, para diluir o risco do preço. No último boletim Focus, analistas consultados pelo Banco Central esperavam uma taxa de câmbio de R$ 4,20 para o final de 2016. Para o mercado, a percepção é que a moeda dificilmente terá uma alta como a ocorrida no último ano.

Imóveis

De acordo com especialistas, em 2016, imóvel só será favorável para quem quer comprar para morar, não para investir. O aluguel rende cerca de 0,5% do valor do imóvel, enquanto na renda fixa consegue-se 1%.

Ainda vale lembrar dos custos como IPTU, condomínio e manutenção enquanto o imóvel estiver desocupado. Para quem pretende comprar, possui a maior parte do dinheiro e vai depender menos do financiamento, esse pode ser um bom momento, já que a expectativa é de queda de até 10% nos preços.

Bolsa

Analistas avaliam que o desenrolar do processo de impeachment será fundamental para ditar o rumo da Bolsa. Além disso, novos desdobramentos da Operação Lava Jato e a conclusão do ajuste fiscal também devem influenciar o preço das ações. A expectativa é que uma maior clareza do cenário político e econômico traga ânimo aos investidores.

No entanto, enquanto a situação segue indefinida, investir em ações só é recomendado para investidores com perfil mais agressivo, dispostos a assumir o risco. No último ano, o Ibovespa fechou no vermelho com queda de 13,31%. Apesar disso, 5 empresas tiveram uma valorização superior a 50%: Klabin, Fibria, Suzano, Raia Drogasil e Braskem.

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Foto “Where to invest”, Shutterstock.

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