Petrobras pagaria menos pela Vibra hoje do que o mercado na privatização

Além da Vibra, outras distribuidoras menores como a Alesat também poderiam estar no alvo da estatal (Imagem: Unsplash/ Marek Studzinski)

Uma compra da Vibra (VBBR3), ex-BR distribuidora, poderia resolver a vontade de reentrada no setor de distribuição da Petrobras (PETR3; PETR4) e seria “barata” em relação à avaliação da empresa quando ela foi privatizada, em 2019.

Segundo o BTG Pactual, apesar de já ter negado os rumores em maio deste ano, os insistentes comentários do CEO, Jean Paul Prates, de criar uma operação integralizada “do poço à bomba” continuam a alimentar esta possibilidade.

Uma notícia recente publicada pelo Estadão revela que, além da Vibra, outras distribuidoras menores como a Alesat também poderiam estar no alvo. Esta via, contudo, não é vosta pelos analistas como a melhor.

“Nosso entendimento é que a perspectiva de reinserção na distribuição de combustíveis visa reforçar seu controle sobre o preço do combustível nas bombas e restabelecer laços com consumidores, predominantemente clientes corporativos e caminhoneiros”, lembram Pedro Soares e Thiago Duarte.

Segundo o Estadão, o CEO da Petrobras estaria em conversas com a Alesat, dona dos postos Ale (Imagem: Divulgação/ Postos Ale)

Pouco valor

A aquisição de uma rede menor do que a Vibra diminuiria ainda mais a possibilidade de boas margens, que já são baixas – em torno e 5%. Além disso, a marca BR poderia agregar muito em valor em uma fusão com a Petrobras.  

Seria muito mais difícil explicar a todos os consumidores que a “Ale”, por exemplo, se uniu à estatal do que a BR Distribuidora.

“Outra ressalva é que achamos pouco provável que o contrato de locação da marca BR sofra modificações. Com base em nosso entendimento, não há cláusulas estipulando qualquer penalidade por quebra de contrato e, a menos que a Vibra não cumpra os requisitos mínimos de investimento, manterá os direitos da marca pelo menos até 2029”, ressaltam Soares e Duarte.

Avaliação barata

Por fim, nos cálculos do BTG, a aquisição não prejudicaria muito os cofres da Petrobras ou aconteceria a um preço muito elevado.

A operação seria ruim para a Raízen, dona dos postos Shell, e para a Raízen, dona dos postos Ipiranga (Imagem: Unsplash Marc/Rentschler)

O ágio pago ficaria em 15% sobre a maior cotação dos últimos 18 meses – incluindo cotações intradiárias – corrigida por taxas DI -, cerca de R$ 32,10, o que significaria uma valorização potencial de quase 80% para as ações da Vibra.

O preço é o equivalente a menos de 0,2 vez o múltiplo de dívida líquida sobre o Ebitda (ND/EBITDA) da Petrobras.

“Mais importante, esse valor fica abaixo das avaliações implícitas durante a privatização da empresa, quando se desfez de sua participação em duas tranches de R$ 32,5 e R$ 32,4 (ajustado pelo DI), minimizando plausivelmente o risco de qualquer objeção do TCU”, aponta o BTG.

Os analistas acreditam que uma negociação entre as duas seria ruim para as ações da Raízen (RAIZ3), dona dos postos Shell, e para a Ultrapar (UGPA3), dos postos Ipiranga.

“Para a Petrobras, embora a aquisição possa não ter impactos quantitativos significativos, acreditamos que os investidores a veriam de forma negativa, pois isso poderia contribuir para aumentar a percepção de risco nos planos de crescimento futuro da estatal”, concluem os analistas.

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