Quero guardar dinheiro: qual é o melhor momento para isso?

Quero guardar dinheiro: qual é o melhor momento para isso?

Eu já ouvi quase todas as desculpas possíveis para adiar o importante hábito de guardar dinheiro. Coisas como “Quando eu ganhar melhor, começo”, “Quero guardar dinheiro quando eu me formar” e “Depois que a gente se casar, vamos começar o controle financeiro” são comuns.

Na prática, estes recados que você dá a você mesmo tem um significado diferente do que você imagina. O que está acontecendo é que você está adiando um compromisso importante com o seu futuro porque acha que você terá sempre tempo para começá-lo.

É curioso, mas é como se fosse um voto de confiança de que sempre dará tempo de começar a guardar dinheiro com resultados incríveis a partir de então. Na verdade, ninguém consegue garantir algo que ainda não aconteceu, por isso é tão importante começar agora. Hoje. Já.

Pense de outra forma: se você começar agora a guardar dinheiro, amanhã terá dinheiro guardado. Se deixar para começar amanhã, amanhece amanhã sem ter juntado nada. E são grandes as chances de o “moedor de carne” da vida cotidiana adiarem mais uma vez essa decisão.

Novo livro Conrado Navarro: Quebre a caixa, fure a Bolha (Pré-venda)

Quero guardar dinheiro: recebeu? Guarde!

Repare que estou tentando provocar você para o que é mais importante: ação no presente! Quanto você vai conseguir guardar, se vai alocar esse dinheiro em um produto simples, arrojado e por aí vai, tudo isso é secundário quando se trata de criar o hábito.

Então vem a parte mais simples e que eu mais gosto de defender: a melhor hora de guardar algum dinheiro é exatamente quando você tem contato com ele. Trocando em miúdos, o dia em que você recebe seu salário ou a maior parte de sua renda é também o melhor dia para separar e juntar parte dessa grana para outra coisa.

O fato de você “tirar parte do dinheiro da sua frente” cumpre duas funções na criação do hábito de juntar dinheiro:

Você guarda. O fato de separar parte da renda e guardar esse montante de fato o transforma em alguém que já sabe que não pode viver sem juntar dinheiro. Comemore, agindo assim você já é um investidor. Sim, isso mesmo! Parabéns!

Você se força a ajustar seu padrão de vida. O outro lado desta escolha é que você terá então que viver com a nova realidade de não ter toda a receita disponível para o seu mês. Se você ganha R$ 2.000,00 líquidos e separou R$ 100,00 assim que o dinheiro caiu, você precisa “tirar da sua cabeça” estes R$ 100,00. Sua renda para viver o mês é agora R$ 1.900,00. Lide com isso.

Eu sempre propago por ai o meu lema “Recebi, Investi”. Todos os especialistas em finanças pessoais alertam para a importância de “pagar-se primeiro”. É isso: ou você entende a importância de guardar assim que o dinheiro chegar, ou vai continuar usando justificativas para não tomar essa atitude.

Ouça: DinheiramaCast – Não cometa esses erros na sua declaração do imposto de renda

Quero guardar dinheiro: quanto antes começar, melhor

Suponho (espero) que agora você esteja um pouco mais preocupado(a) e muito mais interessado em começar logo a guardar dinheiro. Comece. Agora. Quanto antes você começar, melhor e a razão para isso se chama juros compostos. Mas não é só isso.

Quando você começa logo, pode guardar valores menores e aproveitar o tempo para multiplicá-los. Quando você guardar em um porquinho digital como a Grão, por exemplo, você garante que todo o dinheiro terá juros sobre juros, em um efeito de composição muito interessante no longo prazo. Aos poucos, depois de criar o hábito de juntar dinheiro, você vai querer diversificar seu patrimônio e isso é importante e saudável. Mas faça as coisas no tempo certo, e principalmente depois de entender e estudar seus próximos passos. Não invista aqui e ali porque seu amigo indicou ou porque está na “moda”.

Leia também: Ferramentas financeiras sozinhas não mudam o saldo de sua conta

Quero guardar dinheiro: a frequência é mais importante que o valor

Quando eu disse “mas não é só isso” na seção anterior, é porque não basta guardar dinheiro uma vez. Ou de vez em quando. O que realmente faz diferença na criação de patrimônio no longo prazo é a decisão de guardar sempre, com frequência definida e respeitada. Toda semana. Todo mês. Sempre.

Veja um exemplo simples: se você guardar R$ 1.000,00 agora, por 10 anos, a uma taxa mensal de 0,4%, terá depois do período o total de R$ 1.613,51. Neste caso, R$ 1.000,00 você guardou e os R$ 613,51 restantes são efeito dos juros compostos no período.

Agora imagine que você não tem os R$ 1.000,00 para começar, mas apenas R$ 100,00. A diferença é que você decidiu guardar estes mesmos R$ 100,00 todo mês, daqui até o final dos mesmos 10 anos. No final do período, você terá R$ 15.523,62. Deste total, você terá colocado R$ 12.100,00 e outros R$ 3.423,62 serão juros compostos.

Para efeitos didáticos, não estou descontando inflação ou avaliando possíveis oscilações nos exemplos dados aqui. O objetivo é mostrar o efeito dos juros compostos quando eles trabalham junto com os aportes constantes. Começar com R$ 1.000,00 pode ser mais difícil. Juntar este total para depois investir, ainda mais complicado. Começar com R$ 100,00 é mais plausível, certo? Legal, mas o lance é a disciplina para guardar todo mês – isso sim vai fazer muita diferença no longo prazo.

Conclusão

Não é quanto você ganha, nem o que você diz que sabe sobre investimentos e finanças pessoais em geral. Nada disso faz diferença se você não colocar em prática o hábito mais simples para o sucesso financeiro: guardar dinheiro agora. Está esperando o quê? Comece! Vamos juntos nessa jornada.

Postagens relacionadas

Como proteger o chip de clonagem no celular

Em 2º lugar no ranking mundial, influenciadores brasileiros buscam se capacitar como empreendedores

Brasil evita perda de R$ 6,2 bi em fraudes digitais em um semestre