O índice de que mede e representa a inflação oficial (usada pelo governo) no Brasil é o IPCA, ou Índice de Preços ao Consumidor Ajustado. Ele leva em consideração uma cesta de produtos/serviços, medida em diferentes cidades e em diferentes momentos do mês/ano para apurar o resultado do aumento dos preços através de uma média.
O efeito do aumento dos preços é chamado de inflação. A inflação é um item muito importante a ser levado em consideração na hora de investir, uma vez que, em uma ótica inversa, ela representa a perda do poder de compra por parte do consumidor – assim, sempre que vamos investir precisamos buscar um investimento que ofereça retorno igual ou superior a inflação.
Mas por que eu preciso de um investimento com retorno igual ou maior que a inflação? A resposta é simples: se eu perdi, no decorrer de um ano, o poder de compra em 6% devido à inflação, posso afirmar que o meu custo de vida aumentou em 6% ao longo deste período.
Ora, eu preciso para repor este poder de compra através de um investimento que me “devolva” ao menos a mesma taxa perdida. Eu só terei um ganho real descontando do meu rendimento a taxa de inflação do período.
Para combater a inflação, o governo aumenta a taxa básica de juros (Selic), através do Comitê de Política Monetária (Copom), para elevar o custo de capital e retrair o consumo (o que controla a inflação). É neste período que investimentos em renda fixa tornam-se muito atrativos, pois acompanham a alta da taxa de juros.
A caderneta de poupança perde para a inflação?
No cenário atual, se você deixar seu dinheiro aplicado na caderneta de poupança, você ainda perderá poder de compra. A poupança rende atualmente 0,5% ao mês mais variação da TR, o que representa hoje algo em torno de 7,1% ao ano.
O último boletim Focus emitido pelo Banco Central, em 17/04/2015, denota que a inflação acumulada dos últimos 12 meses foi de 8,13% ao ano. Isso quer que seu custo de vida aumentou 8,13% nos últimos 12 meses, mais do que a rentabilidade da poupança.
Fazendo um comparativo com valores reais, suponha que eu apliquei R$ 1.000,00 na poupança há 12 meses; meu valor de resgate hoje seria de R$ 1.071,00. Um produto com preço de venda de R$ 1.000,00, na época em que eu realizei a aplicação na poupança, custaria hoje R$ 1.081,30. Percebeu o problema? Você rentabilizaria seu dinheiro, mas não o suficiente para vencer a inflação.
Em outras palavras, isso significa que os rendimentos de R$ 71,00 não serão suficientes para cobrir o aumento do preço do produto, de R$ 81,30, gerando desta forma uma diferença de R$ 10,30, que você teria que tirar do seu bolso se quisesse comprar o produto com o dinheiro aplicado.
Neste exemplo, se há um ano eu tivesse optado por um título pós-fixado, como o Tesouro Selic (antiga LFT), os R$ 1.000,00 aplicados teria se transformado em R$ 1.095,00, já considerando o resgate descontados os 20% do Imposto de Renda. Eu teria mais do que a elevação da inflação, algo que devemos perseguir sempre nos investimentos.
Investimentos para vencer a inflação
Além do título Tesouro Selic, mencionado no parágrafo anterior, há títulos como o Tesouro IPCA+ (antiga NTN-B Principal) em que é possível proteger-se da inflação, já que sua rentabilidade garante o IPCA do período mais uma taxa fixa de rendimento. Ou seja, comprando Tesouro IPCA+ seu rendimento será sempre real (acima da inflação) se você ficar com o título até o vencimento.
Exemplificando, caso você invista hoje em um Tesouro IPCA+ 2019, você receberá o valor da inflação anual (IPCA) mais uma taxa fixa próxima de 6% a.a. De maneira simples, você irá manter seu poder de compra recebendo a taxa do IPCA e ainda obterá um ganho real com a taxa fixa de 6% ao ano.
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Conclusão
Conforme verificamos no texto de hoje, a inflação é muito perigosa, pois corrói nosso poder de compra, elevando assim o custo dos produtos e serviços. Para combater este efeito de aumento de preços, precisamos estar atentos e buscar investimentos que gerem ganhos reais (sempre acima da inflação).
Para identificar se o rendimento de uma aplicação está gerando lucro ou um prejuízo em relação à inflação, é necessário descontar o valor dela na rentabilidade projetada do investimento.
Considerar a inflação ao olhar para a rentabilidade do seu investimento é crucial para não termos a ilusão de ganho com juros da aplicação, quando na verdade estes ganhos podem ser menores que a escalada da inflação no mesmo período.
Portanto, fique atento aos indicadores econômicos, pois seu dinheiro pode estar sendo consumido pela inflação mesmo estando aplicado.
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Foto “Different choices”, Shutterstock.