É fato que o mercado de ações parece bastante confuso e arriscado para qualquer pessoa (ao menos à primeira vista). Afinal, o que não falta são luzes verdes e vermelhas a piscar no home broker, indicando altas e quedas vertiginosas, todos os dias, e inúmeras recomendações diárias sobre quais as melhores ações para comprar e vender.
A armadilha do preço das ações
É com razão que a maioria das pessoas tende a ser ludibriada com todo esse estardalhaço. Quem de nós nunca pensou alguma vez: “Tive um palpite várias vezes sobre uma ação, mas não a comprei, e a porcaria da ação dobrou de preço! Aprendi a lição, da próxima vez que tiver um palpite assim vou apostar tudo nele!”. Pois é, sei bem o que é isso…
Infelizmente, essa é uma falsa lição tomada a cabo por muitos marinheiros de primeira viagem nesse mar de cotações e euforias que é a Bolsa de Valores. O resultado disso todos já sabemos: grandes e lamentáveis prejuízos. Gravei um vídeo falando mais sobre isso e acho que você vai gostar de assistir (confira aqui).
O fato é que nossa ambição em conseguirmos ganhos rápidos com o mercado de ações nos faz focar nos preços das ações: pensamos muito no resultado desejado, ou seja, no potencial retorno que gostaríamos de ter.
Nas mãos da sorte e das emoções
Entretanto, o preço de mercado das ações é o produto final dos sentimentos, pensamentos e ações de milhões de indivíduos, todos juntos, em um constante fluxo de ação e reação. Os fatores que influenciam o resultado final dos preços das ações são tantos (e tão complexos), que estão totalmente além da capacidade de qualquer pessoa controlar ou prever.
Seria apelar para a influência da sorte. Isso se torna mais perigoso ainda pelo fato de que somos influenciados pelas nossas emoções ao investir, como mostra a Economia Comportamental. Não é por menos que Benjamin Graham, um dos mentores de Warren Buffett disse: “O maior inimigo do investidor é ele próprio”.
Aprendendo a ver o valor
Investir visando apenas os preços das ações é depositar todo seu risco na sua capacidade de acertar as variações de curto prazo do mercado de ações, o que é muito complexo – para não dizer quase impossível para os pequenos investidores!
Ao contrário disso, quando pensamos em termos do que não está precificado nas ações, ou seja, o quão descolado os preços estão do valor razoável das empresas, nosso risco está apenas na nossa chance de errar esse cálculo da razoabilidade do valor das coisas.
A volatilidade de preços estará, então, a nosso favor! Se comprarmos algo barato, teremos maior margem de segurança no investimento: é como comprar “2 pacotes pelo preço de 1”. O tempo se encarregará de corrigir tais ineficiências e poderemos vender cada pacote pelo seu “preço justo” futuramente.
Esta é a razão que faz o Value Investing (Investimento em Valor) ser uma forma essencial de pensar e agir. Ela é utilizada por praticamente todos os maiores gestores e investidores do mundo. Como diz Warren Buffett: “Preço é o que você paga, valor é o que você leva”.
Conclusão e um convite
É por esse motivo que o investidor inteligente não precisa contar com a sorte para ser bem-sucedido no mercado de ações. Tudo depende de você colocar os preços do mercado a seu favor.
Como diz Seth Klarman, gestor do Baupost Group e discípulo da filosofia de Investimento em Valor: “Um maior risco não garante maior retorno. Ao contrário, risco corrói retorno, causando perdas. O risco por si só não cria retorno sustentável; só o preço pode fazer isso”.
Se você deseja conhecer mais sobre o Investimento em Valor e como pode aplicá-lo de forma simples e inteligente em seus investimentos, convido-o a acessar e assistir a uma série gratuita de vídeos que gravei sobre o tema (clique para acessar). Não deixe de conferir, pois em breve eles não estarão mais disponíveis. Até a próxima. Abraços.
Foto “Trader money”, Shutterstock.