Quem acompanhou de perto os comentários da nova equipe econômica percebeu uma mudança de tom em relação aos gastos públicos: palavras como “ajuste” já fazem parte do cotidiano do governo, como vimo no discurso de posse da presidente Dilma Rousseff.
Mesmo com a presença de Joaquim Levy, de filosofia ortodoxa, não é possível saber se trata-se de apenas de discurso ou se veremos mudanças importantes – cabe lembrar episódio recente em que Dilma já “desautorizou” Nelson Barbosa, Ministro do Planejamento, quando este comentou sobre a possibilidade de mudança no cálculo do salário mínimo.
Em sua posse ontem, o ministro Levy deixou transparecer a ideia de que serão necessários ajustes na carga tributária (aumento?!), um caminho teoricamente mais fácil de ser seguido para equilibrar as contas, um caminho que facilita as coisas para o governo (ele não precisaria abrir mão dos gastos robustos e pouco eficazes já conhecidos por todos). Será?
Corte de gastos e ajustes nos impostos são uma certeza
A verdade é que de um jeito ou de outro (cortando gastos ou elevando os impostos), ou das duas formas juntas (o que parece fazer mais sentido, dado as declarações da equipe econômica e palavras da Presidente em sua posse), o quadro econômico de 2015 será de preços mais elevados e restrições econômicas para todos, governo e população.
Nesse contexto de “aperto de cintos”, a educação financeira surge como uma grande (única) oportunidade para pessoas e empresas enfrentarem esse período. Em um quadro desafiador, pensar melhor sobre como investir e gastar o dinheiro é essencial e costuma fazer muita diferença no final do mês.
Educação financeira: oportunidade para pessoas e empresas
As pessoas devem buscar conhecimento e maneiras de aplicar os conceitos. Existe muito material disponível para isso, boa parte dele gratuita em sites/blogs, outra parte em livros, sites e cursos diversos espalhados em todo país. A responsabilidade de divulgar o conhecimento para amigos e parentes deve ser encarada como prioridade também.
Já as empresas podem aproveitar a oportunidade para oferecer a educação financeira como um benefício aos seus funcionários, uma maneira de mostrar como o consumo consciente e o respeito ao crédito são fundamentais para lidar com momentos de crise como o que vivemos hoje.
2015: ano das boas escolhas
Ao longo dos anos, percebemos durante nosso trabalho que a educação financeira colabora (muito!) no rendimento dos trabalhadores, já que quem atravessa problemas financeiros vê despencar sua produtividade, inclusive com surgimento de problemas de ordem emocional capazes de complicar a saúde (a assiduidade também sofre).
O recado que parece ser cada vez mais apropriado é que a educação financeira precisa ser utilizada e incorporada pelas famílias brasileiras, e o momento parece ser mais do que propicio. Que em 2015 você, sua família e a empresa onde trabalham façam boas escolhas – isso nunca foi tão importante.
Educação financeira é prática! Está mais do que na hora de assumirmos nossa responsabilidade e adquirirmos o hábito de formar uma reserva de emergência, de investir com zelo e inteligência para realização dos objetivos e de sermos cada vez mais responsáveis com o crédito.
O caminho é longo, mas os benefícios serão duradouros e significativos à medida que serão transmitidos de geração a geração. Se hoje é fundamental falar disso, a ideia é que a educação financeira seja perene, indiferente ao momento econômico. Afinal, educação financeira é importante tanto em momentos de crise como de crescimento. Pratique-a! Um abraço e até a próxima!
Foto “Hand stop dominoes”, Shutterstock.