Tribunal Penal Internacional segue com problemas após ataque digital

As audiências no julgamento de dois homens acusados de liderar milícias que atacaram civis muçulmanos na República Centro-Africana foram retomadas nesta quinta-feira (Imagem: REUTERS/Jerry Lampen

 O Tribunal Penal Internacional (TPI) está operando com fortes limitações em seus sistemas digitais após um incidente de hacking, disseram fontes e advogados que trabalham no tribunal de crimes de guerra, nesta quinta-feira.

Dois advogados do tribunal e uma fonte próxima a ele, que pediu para não ser identificada, disseram que a maioria de seus sistemas com acesso à internet foram desconectados, os funcionários não podem acessar emails e aqueles que não estão trabalhando no local não podem acessar documentos.

A corte, com sede na cidade holandesa de Haia, divulgou pela primeira vez um “incidente de segurança cibernética” na terça-feira, dizendo que estava tentando garantir a continuidade do “trabalho principal” do tribunal. Um porta-voz do tribunal não quis fazer mais comentários.

As audiências no julgamento de dois homens acusados de liderar milícias que atacaram civis muçulmanos na República Centro-Africana foram retomadas nesta quinta-feira.

No entanto, a transmissão ao vivo do TPI não estava disponível e não havia som nas galerias onde o público e os jornalistas podem assistir aos julgamentos, disseram os funcionários do tribunal à mídia.

“Como equipe de defesa, temos acesso limitado aos sistemas do tribunal”, disse o advogado Geert-Jan Knoops, que representa um dos suspeitos, Patrice-Edouard Ngaissona. Knoops esteve no tribunal nesta quinta-feira.

Ngaissona e o outro réu Alfred Yekatom se declararam inocentes.

Mylene Dimitri, que está defendendo Yekatom, disse à Reuters que ela estava trocando informações com outras partes usando pendrives e pastas de papel, entregando informações pessoalmente de escritório em escritório, já que o compartilhamento de arquivos eletrônicos e o email do tribunal não funcionavam.

“Isso nos deixa mais lentos”, disse ela, acrescentando que apenas testemunhas ao vivo estavam sendo ouvidas durante os procedimentos e que os depoimentos por videochamadas de outras pessoas haviam sido adiados.

“Não temos ideia de quanto tempo essa situação vai continuar”, acrescentou.

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