Comprar produtos com preços mais atraentes, aproveitando as promoções, é uma dica recorrente no trabalho de consultores e especialistas em finanças pessoais
Eu sempre me sinto desafiado quando vejo um anuncio oferecendo 70% de desconto. É uma tentação não comprar algo que está “tão barato”. É aquela história: mesmo sem estar precisando daquilo, o consumidor fica tentado pelo preço e acaba comprando.
Pense em um tênis qualquer. Então, ao passar por uma loja, um grande anúncio mostra a foto do tênis, seu preço “oficial” devidamente riscado e, ao seu lado, o novo preço, escrito em letras grandes, acompanhado da indicação “50% de desconto”. Responda rápido: o tênis está barato ou caro? Pode ser que o negócio valha a pena. Pode ser que não. Depende. Qual é o valor real do tênis, aquele praticado no mercado?
O que fazer? Pesquisar preços. Faça uma busca rápida em sites de compras e também em outras lojas para descobrir o preço praticado no mercado. Só então faça uma análise em relação ao preço da liquidação. A dica é óbvia, chega a ser simplista, mas é deixada de lado por muita gente. É prudente também evitar a compra na primeira vez que você vê o produto. Você precisa mesmo dele? Se precisa, busque as especificações, compare preços, peça explicações. Decida-se com calma.
A sensação de experimentar o produto, os sentimentos que ele traz e o prazer associado ao consumo encobrem a determinação em busca pelo preço justo. Além disso, parece que “promoção” e seus sinônimos criam alvoroço em nossas emoções. Relembro um episódio de “Os Simpsons”
É claro que a manipulação, o trabalho com nosso subconsciente, vai além de inventar descontos. Os próprios preços praticados vivem com sugestões mentais de preços menores: os famosos “,90” e “,99” estão sempre presentes nas mercadorias. Passada a febre das lojas de R$ 1,99, agora produtos com outros valores insistem em usar a mesma tática. O tal GPS
Li recentemente uma coisa bacana: algumas cidades estão criando leis que obrigam o mercado a fornecer o preço por unidade de medida. Tal mudança facilita bastante a vida do consumidor e evita seu esforço com contas para saber se compensa levar a embalagem com 1 kg ou com 2,5 kg de sabão em pó, por exemplo. Ganha quem pesquisa preços, analisa as opções disponíveis e planeja suas compras.
Nem tudo está sempre em liquidação. Isso não existe! E nem toda liquidação deve ser olhada com desconfiança. A diferença não está no lojista ou no mercado, mas em aceitar que é dever do consumidor comparar preços, condições comerciais e pesquisar. Pagar o preço justo é o mínimo que todos devemos buscar. Continuo com a ideia de que educação financeira é um aprendizado diário. Analisar muito bem nossas decisões nos ajuda a conquistar nossos objetivos.
Crédito da foto para freedigitalphotos.net.