Dois mil e dezesseis promete, e como promete, pelo menos para o mundo dos investimentos! Vamos iniciar falando das perspectivas para a política, pois certamente é ela que determinará o rumo macroeconômico nacional.
2015 termina, mas 2016 promete mais emoção
O ano de 2015 se encerra cheio de imprevisibilidades e, consequentemente, muita falta de confiança do empresariado e do consumidor, o que afugenta o investidor do país. O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pode ocorrer, assim como pode ficar pelo meio do caminho (todo este processo certamente será doloroso ao país pelo tempo que pode durar), o que é absolutamente incerto.
E quais as consequências desse processo todo pensando no seu dinheiro? A probabilidade de a mandatária permanecer traz o sentimento de continuísmo para o atual cenário, de juros altos até a inflação ceder, com perspectiva de atingir o centro da meta do IPCA de 4,5% ao ano que poderia ocorrer em 2017, PIB reduzido (ou recessão), altos impostos e taxa de desemprego elevada.
Se formos colocar na ponta do lápis, mesmo a presidente não sendo destituída, ela deverá seguir grande parte do resto do seu mandato com minoria no Congresso Nacional, dificultando assim aprovações relevantes para o ajuste fiscal e outras reformas.
Caso Dilma Rousseff realmente sofra o impeachment, como ficarão as reformas com o vice-presidente, Michel Temer, assumindo a República? Conseguirá ele aprovar as reformas necessárias e a volta da CPMF para reduzir o déficit fiscal do país? Não se esqueça que 2016 será ano eleitoral.
Paralelamente a este cenário, já enxergamos que grande parte dos ativos já estariam no preço, o que quer dizer que os riscos, por mais incrível que pareça, já estariam implícitos e ainda há a probabilidade de vermos a bolsa apresentar uma alta caso Temer assuma, mesmo com os fundamentos do país depreciados e muitos questionamentos no ar.
E fora do Brasil?
No front externo, não vemos muitas modificações do que ocorreu em 2015: elevação gradual da taxa de juros nos EUA, adicionando volatilidade aos mercados a cada decisão de política monetária, e acirramento da disputa eleitoral para presidente, que ocorrerá em novembro de 2016.
Na Zona do Euro, ainda não vemos grandes modificações no cenário político-econômico, a não ser eleições ou embates eleitorais em países-chaves do bloco, que poderão modificar algum panorama.
Na China, as preocupações quanto a desaceleração da 2ª maior economia global devem continuar e quem tende a sofrer com isso são as commodities, em especial o aço e o minério de ferro. E por falar em commodity, destaque para o petróleo, que recuou cerca de 35% apenas em 2015.
As expectativas agora para estas principais matérias-primas estão em relação a diminuição da produção ou mais especificamente da oferta, que caso não ocorra, dificilmente veremos sinalizações de alta tão cedo, o que impacta diretamente ações da Vale e Petrobras, respectivamente.
Onde investir em 2016?
Diante deste cenário traçado acima e já partindo para as indicações de renda fixa, seguimos praticamente com as mesmas recomendações de 2015, pois o que cabe aqui é determinado pela necessidade de utilização dos recursos a aplicar, ou seja, o prazo.
Caso tenha necessidade de usar seu dinheiro no curto prazo, o que consideramos até dois anos, o Tesouro Selic seria a melhor indicação. A ex-LFT oferece rentabilidade atrelada a taxa de juros do país, que se encontra em patamares bastante elevados e possui liquidez diária. Para saber mais sobre Tesouro Selic, clique aqui e acesse um especial sobre o tema.
Em uma comparação com a poupança, o Tesouro Selic tem praticamente o mesmo risco da caderneta só que com rendimento muito superior atualmente.
No entanto, caso possa deixar seus recursos “presos” por tempo determinado, de três meses a dois anos, a melhor recomendação seriam as Letras de Crédito, seja do Agronegócio (LCA) ou Imobiliária (LCI), em função da isenção do Imposto de Renda sobre os rendimentos ganhos no período. Clique aqui para ler e aprender mais sobre LCI, LCA e outras opções de renda fixa.
Para o médio/longo prazo, o que consideramos acima de 2 e até 5 anos, nossa recomendação fica com o Tesouro IPCA+ 2019, que apresenta excelente prêmio anual – atualmente acima de 7% – mais a taxa de inflação (IPCA) no período de aplicação. Neste caso, leve em consideração carregar este ativo até o vencimento. Clique aqui para mais detalhes sobre isso.
No segmento de renda variável, será determinante estabelecer o perfil do investidor. Para o curto prazo, há e sempre haverá opções diárias de escolha, seja na compra ou na venda, pois o mercado funciona em todos os dias úteis da cidade de São Paulo.
Já para o médio prazo, sugerimos acompanhar as carteiras recomendadas mensais da Corretora Rico, que podem ser baseadas em análise gráfica ou fundamentalista, esta última visando boas empresas pagadoras de dividendos.
Para o longo prazo, oportunidades estão aí para serem aproveitadas e, neste caso, a melhor recomendação seria formar uma carteira através de compras graduais, feita aos poucos e com parcimônia, baseada em empresas líderes em seus mercados de atuação e com bom histórico de consistência na entrega de resultados.
Neste caso, para iniciar bem 2016 e olhando cerca de dois a três anos adiante (no mínimo), recomendo as ações do Itaú (ITUB4), que apresenta resultados sólidos e ótima eficiência operacional em um cenário desafiador, como o qual estamos atravessando.
Outro ativo indicado seria Brasil Foods (BRFS3), a empresa decorrente da fusão de Perdigão com Sadia, que busca crescer no exterior para não ficar tão dependente do cenário interno. Para finalizar, ainda sugiro ações do Bradesco (BBDC4), Ambev (ABEV3), Pão de Açúcar (PCAR4) e Gerdau (GGBR4) para este mesmo horizonte.
Já preparamos um material bem interessante para quem deseja começar a investir em ações, sugiro que você clique aqui e leia-o com atenção antes de fazer seus primeiros aportes.
Conclusão
Aproveite, pois independente deste cenário turbulento pelo qual atravessamos e do seu perfil de investidor, há muitas oportunidades e enxergamos este momento com bons olhos para realizar seus investimentos, seja na renda fixa (com ótimos retornos atrelados à Selic), bem como na renda variável. Obrigado e até a próxima!
Nota: Esta coluna é mantida pela Rico.com.vc, que contribui para que os leitores do Dinheirama possam ter acesso a conteúdo gratuito de qualidade.
Foto “2016”, Shutterstock.